Moda e beleza

Estilistas querem ver e ser vistos

Juliana Girardi
22/02/2010 03:19
Com uma produção que chega a 150 milhões de peças por ano, segundo dados da Federação das Indústrias do Estado do Paraná (Fiep), o setor do vestuário conta hoje com 5,5 mil empresas, que geram um faturamento anual de R$ 4 bilhões. Parte dessa produção é comercializada em eventos como o showroom de negócios do PBC, que proporcionam às micro e pequenas empresas o contato direto com grandes grifes, lojistas e representantes comerciais.
Na última edição, realizada no ano passado, o showroom gerou mais de R$ 5 milhões em negócios fechados e prospectados, 10% a mais que o valor atingido na edição anterior, o que explica o aumento na procura dos expositores – neste ano, o número de marcas participantes praticamente dobrou, de 25 para 48. Não à toa, a expectativa dos organizadores é de um crescimento proporcional em relação aos lucros nesta edição. “Pretendemos aumentar significativamente o volume de negócios fechados. Além de incentivarmos que as empresas mostrem o que fazem, queremos que elas consigam vender o que produzem”, afirma Allan Marcelo de Campos Costa, diretor-superintendente do Sebrae-PR.
Pesquisando a concorrência
É o que espera a designer e empresária Fernanda Nadal, proprietária da marca que leva seu nome. A grife é uma das oito participantes desta edição do showroom, cuja produção é totalmente voltada aos acessórios, um mercado em plena expansão, este ano pela primeira vez presente no evento. “A expectativa é de fazer bons contatos e apresentar os produtos para o maior número de lojistas possível”, diz.
Fernanda chegou visitar o showroom do ano passado para “analisar o movimento” e conferir se valia a pena participar da edição seguinte. A organização do evento e a grande movimentação foram, segundo ela, os fatores que mais chamaram a atenção, além da possibilidade de conhecer o trabalho dos concorrentes no ramo. “Até pesquisei o site de alguns”, revela.
Ao todo, 110 compradores de todo o Brasil foram convidados para participar do 4.º Paraná Bu­­siness Collection, entre eles, lojistas de outros países, como Paraguai e da Argentina. É a chance da pequena empresária Rosângela Grassi, proprietária e criadora dos acessórios da marca Moça Pren­dada, de expandir ainda mais sua rede de negócios. Criada há pouco mais de um ano, a grife, que produz echarpes e cachecóis em tear, já exporta para o Japão e agora pretende ampliar as vendas em seu país de origem. “Desen­volvemos produtos exclusivos e únicos, que trazem para as peças artesanais a precisão industrial. Quero que conheçam nosso trabalho. Creio que muitos irão se surpreender”, conta.
Uma das escaladas para apresentar, pela primeira vez, sua coleção de inverno na passarela do PBC, a marca All Purpose, da cidade de Capanema, participou de todas as edições anteriores do show­­room de negócios e vai repetir a dose este ano. O retorno de mídia e a proximidade com o público-alvo da grife estão entre os resultados positivos ressaltados pelo sócio-proprietário e estilista Scharlles Ghizoni. “A repercussão é maior a cada ano, assim como a quantidade de contatos e possibilidades de parcerias”, aponta.