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Apoio na hora certa

Vanessa Fogaça Prateano
18/10/2012 03:21
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Em uma sociedade que está envelhecendo, a bengala é grande aliada da saúde, por evitar as fraturas decorrentes de quedas – de acordo com pesquisa da Fundação Osvaldo Cruz, o risco de morte por quedas em idosos é seis vezes maior do que por doenças cardíacas e neurológicas, por exemplo.
O desafio é convencer os idosos da importância do uso, porque muitos ainda associam o acessório à incapacidade física. No entanto, de acordo com o fisioterapeuta e membro da Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia (SBGG) Francisco Zanardini, a bengala serve justamente para permitir que o idoso continue realizando atividades da vida cotidiana pelo maior tempo possível.
"Ela faz pequenos ajustes de equilíbrio e postura e evita carga ou peso exacerbado em articulações que necessitam de maior proteção, como tornozelo, quadril e joelho." Para saber quan­­do usar, o fisioterapeuta explica que é necessário procurar um especialista, que irá avaliar a gravidade do problema e se esse é o suporte ideal. Ele alerta: "Pessoas que caíram mais de duas vezes em seis meses são caidores crônicos e certamente vão cair de novo. Pre­­cisam procurar um especialista urgentemente para avaliar a situação".
ABC da bengala
Dicas para escolher o tipo correto de bengala, como usá-la e os cuidados com sua manutenção:
• Material: há, basicamente, dois tipos à venda, feitas de madeira ou de alumínio. As primeiras são mais baratas, pesadas e podem ser usadas por quem tem maior força muscular, a depender da lesão ou risco. As de alumínio são mais leves, porém mais caras. São indicadas a quem tem menos força nas mãos e maior dificuldade de locomoção.
• Quem deve usar: o uso de bengala depende do quadro apresentado pela pessoa, e nem sempre ela resolve o problema – há casos em que é preciso um andador, muleta ou cadeira de rodas. Ela é recomendada para quem sofre de problemas de equilíbrio; doenças ósteo-mio-articulares e musculares; algum tipo de sequela nas articulações, causadas por doenças neurológicas; dores para caminhar, ou se recupera de uma cirurgia. Também é usada como recurso para melhorar a qualidade de vida e evitar quedas de pessoas que têm cegueira ou visão subnormal.
• Como usar: o cotovelo da mão que segura a bengala deve ficar ligeiramente dobrado (jamais esticado) a bengala deve estar na altura do fêmur. O ideal é usá-la do lado contrário da lesão. Caso a lesão ocorra em ambos os lados,o acessório deve ser usado pela mão que tenha maior força.
• Manutenção: se a bengala é de madeira, é preciso se certificar de que não tem farpas ou rachaduras, além de desgastes naturais devido ao material. No caso das de alumínio, o alerta é o mesmo. Fique atento à borracha presa na ponta da bengala.
Se ela estiver com furos, desgastada ou com qualquer outro problema, corre-se o risco de que perca aderência. Com um chão molhado ou mais liso, o risco de queda aumenta.
• Preço: o custo de uma bengala costuma variar entre R$ 15 e R$ 70 e depende do material e de persona­li­zações, como o formato do apoio de mão, em forma de "T" ou mais adaptado à mão da pessoa. Não compre uma bengala sem a ajuda de espe­cialistas e faça antes uma pesquisa de preço.
Fontes: Francisco Zanardini, fisioterapeuta; Rubens de Fraga Júnior, geriatra; e Cinara Lagos, oftalmologista.