Oriente

Conheça o kenjutsu

Amanda Milléo
28/08/2014 03:10
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Kenjutsu: alto gasto calórico, disciplina e exercício respiratório | Fernando Zequinão / Gazeta do Povo

Gritar é mais do que uma opção nos treinos de Kenjutsu. A luta milenar, aperfeiçoada pelo samurai japonês Musashi, incentiva que o praticante, em meio à concentração do combate, elimine o estresse e a timidez pela boca. Os gritos acompanhados de movimentos precisos com a shinai (espada de bambu) fortalecem a resistência, coordenação e o equilíbrio, atraindo cada vez mais participantes pelos benefícios à saúde.
"O treino é diferente do realizado em uma academia ou de uma dança porque exercita-se a energia através do grito. Isso trabalha a autoconfiança, dá mais segurança. Para a pessoa que passa o dia inteiro quieta, a aula é o momento de fazer o inverso", explica o coordenador dos treinos em Curitiba, Marllon Rocco. Os benefícios do Kenjutsu se traduzem em concentração para a estudante de medicina, Gisele Finato Pires. "Você precisa focar no movimento e na energia. Temos também a parte física, mas a concentração é maior", afirma Gisele, que é aluna há nove meses.
A armadura de sete quilos, que inclui uma máscara de proteção, e duas espadas de bambu completam o uniforme e elevam a dificuldade do exercício, bem como o gasto calórico. "São dois treinos por semana, de até duas horas cada um, que aumentam a resistência física da pessoa. Quando o praticante passa para a terceira graduação do Kenjutsu, é preciso apresentar um atestado médico cardiológico e ergonométrico liberando para o treino", afirma o empresário Rodrigo Dangelo, que pratica o Kenjutsu há quatro anos e é monitor das aulas em Curitiba.
As técnicas usadas durante os treinos também trabalham a parte respiratória, de acordo com o coordenador do Kenjutsu em Curitiba. "O treino é muito acelerado. A pessoa corre, sua, grita bastante e isso faz com que chegue a gastar até mil calorias por aula. Equivale a um cooper intenso", diz.
Convívio
Apesar de ser uma tradição japonesa, o Kenjutsu não atrai somente descendentes nipônicos, mas mantém a cultura das lutas antigas viva entre aqueles que se identificam com o Japão. "Não somos muito competitivos. É uma luta, mas a gente junta o pessoal e treina. Não tem competições por colocação, apenas treinos intensos, palestras, workshops sobre a cultura japonesa. Os treinos viram um local de convívio aos participantes", explica Rocco.