dieta

Controvérsia em cápsulas

Melissa Medroni, especial para a Gazeta do Povo
18/04/2013 03:15
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No ano passado, a procura pelo óleo de coco, extraído da prensagem da polpa da fruta, aumentou 170% em relação a 2011, segundo dados da rede Mundo Verde, maior franquia de produtos naturais da América Latina. O sucesso deve-se à promessa de promover a saciedade, ajudar a emagrecer, combater doenças cardiovasculares e aumentar o colesterol bom. Esses efeitos, no entanto, não são consenso entre os especialistas, que aconselham cautela.
Conduzido por professores do Instituto de Nutrição Josué de Castro, da Universidade Federal do Rio de Janeiro, um estudo avaliou os efeitos do óleo de coco em um grupo de homens levemente obesos por 45 dias, comparado a outro que ingeriu óleo de soja no mesmo período.
Segundo a professora Eliane Lopes Rosado, que orientou a análise, apenas o grupo que usou óleo de coco apresentou um aumento do HDL, o chamado "colesterol bom". "Os dois grupos, contudo, apresentaram redução de peso, somente por seguirem uma dieta normal", diz.
A conclusão não é unânime. "Não há comprovação científica de benefícios e os estudos são escassos e controversos", diz o professor de endocrinologia da Universidade Fe­­deral do Paraná e diretor da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Meta­bologia, Henrique Suplicy, para quem o consumo excessivo, seja em forma líquida ou em cápsulas, pode ocasionar diarreia, enjoo, mal estar e, ainda, aumentar o peso e o colesterol ruim.
Coconut diet
Em regra preconiza três colheres de sopa por dia. Como cada uma tem 117 kcal e 13,6 g de gordura saturada, 351 kcal são adicionados à alimentação diária. A consequência, de acordo com o endocrinologista, Henrique Suplicy, é que o indivíduo engorde com o acréscimo de calorias e, devido à gordura saturada, veja subir o seu colesterol bom, mas também o ruim.
US$ 40 bilhões
Foi o gasto com tratamentos alternativos para a obesidade nos Estados Unidos em 2011.