Saúde

De bem com as flores

Amanda Milléo
03/11/2013 02:09
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O economista Charles Moreau sofre por conta da alergia ao pólen das plantas | Antônio More / Gazeta do Povo

Espirro. Coceira no nariz e no olho. Rinite. Coriza. Não tem jeito! Durante a primavera, entre 10% e 15% dos brasileiros sofrem mais destes problemas por conta da maior exposição à floração das plantas – na realidade, ao pólen. Mas, segundo especialistas, é possível reduzir os efeitos da mais comum das alergias sazonais com alguns cuidados simples no dia a dia.
Evitar ficar ao ar livre pode ser muito complicado, depois de passar tantos meses com a casa fechada no inverno. No entanto, para os alérgicos, manter as janelas abertas o dia todo não é recomendado. De acordo com a médica alergista e presidente da Associação Brasileira de Alergia e Imu­­nopatologia (Asbai) – Seção Paraná Elizabeth Mourão, uma solução é usar aparelhos de ar-condicionado com filtros que bloqueiam a entrada de partículas menores. Ao ar livre, é possível apenas amenizar o problema.
Como a alergia acomete muito os olhos, ­­recomenda-se o uso de óculos ao sair de casa. "Ao andar de carro, não deixe que o vento bata direto no rosto, e evite ir a parques ou praças em dias muito quentes e secos, porque há maior propagação do pólen", diz Elizabeth.
A médica alergista e diretora da Asbai, Ana Paula Castro, lembra que para ser uma pessoa alérgica, é preciso ter uma predisposição. "Quando se aspira o pólen, diversos genes ativam um processo de resposta do organismo. Os vasos são dilatados, facilitando a saída de muco e da secreção", justifica. Essa resposta do corpo, segundo Ana Paula, é mais comum em crianças e tende a diminuir com o passar da idade. Por causa disso, a alergia ao pólen, também conhecida por polinose, não é tão comum em idosos. Depois, com o verão, quem é alérgico apenas ao pólen sente-se mais confortável. Mas pode não ficar totalmente sem sintoma, apesar de apresentar uma melhora", completa Elizabeth.
Crises
O economista Charles Moreau está cansado de ter de explicar que o nariz escorrendo e o olho lacrimejando não são sintomas de uma gripe ou resfriado, mas da alergia que teima em aparecer por conta da alergia ao pólen. "A primavera sempre foi a pior estação para mim. Quando chegam o verão ou o inverno, tudo melhora. Sair de Curitiba também ajuda, não tenho muitas crises quando vou para outras cidades do interior ou para o litoral", conta.
Além do pólen, Charles não consegue evitar as crises alérgicas quando a temperatura muda bruscamente ou quando está em um local com muito pó, mofo ou cheiro de cigarro. "Não tenho mais tapetes em casa, não deixo nada mofar e, apesar de não ser bom para a alergia ter cachorro, tenho um", relata.