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Entre em forma se divertindo

Érika Busani - erikab@gazetadopovo.com.br
23/09/2012 03:04
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Desfile da Gucci na Semana de Moda de Milão | REUTERS/Alessandro Garofalo

Você quer ter um corpo forte, flexível, torneado e condicionado, mas simplesmente odeia esteiras, pesos e afins. Não tem paciência para os exercícios tradicionais oferecidos pelas academias e gostaria mesmo é de ter prazer naquele horário reservado à prática esportiva.
Então, que tal manter a forma com piruetas, cambalhotas, deslizando sobre a água ou sobre rodas? Essas são as propostas de atividades esportivas lúdicas como aulas de surfe e circo, que além de trabalhar o corpo, fazem bem para a mente. "A musculação isola o músculo a ser trabalhado. Em exercícios como o surfe e circo, o corpo é trabalhado por inteiro", explica o professor de Educação Física Luiz Henrique Balioli, que dá aulas de indosurf – surfe na piscina.
E essas práticas incluem um ingrediente que as deixam ainda mais envolventes: o desafio. "É gratificante. Você consegue fazer coisas que achava que não conseguiria, supera seus limites", afirma Kelly Knevels, fotógrafa de 28 anos que há um mês faz aulas de circo.
Fomos conferir cinco dessas aulas – além de circo e surfe, patinação, parkour e cheerleading – que juntam malhação com diversão, conversamos com professores e alunos e contamos aqui como elas funcionam e as habilidades que trabalham. Escolha a sua!
Como uma onda no mar
Foto: Jonathan Campos / Gazeta do Povo
Na piscina não tem ondas, mas tem braçadas, e muitas. As aulas de indosurf têm como objetivo preparar técnica e fisicamente o aluno para os desafios que ele vai encontrar no mar, conforme o professor de Educação Física e da prática Luiz Henrique Balioli.
Não é preciso ter noção de surfe para fazer as aulas. Nem mesmo de natação. "Para quem não sabe nadar, a gente ensina o básico", diz Balioli. A metodologia também facilita o aprendizado. O aluno começa com pranchas grandes e o tamanho vai sendo gradativamente reduzido conforme o seu desenvolvimento.
Quem parte do zero precisa de cerca de três meses para adquirir o condicionamento físico adequado para a prática do surfe, desde que mantida a regularidade. "O surfista de fim de semana se frustra, se machuca. É possível, na cidade, condicionar o corpo para o final de semana", defende o professor.
Pelo menos uma vez por mês, os alunos descem em grupo para a praia. Foi um dos motivos que levaram a professora de Educação Física Duana Rodel, 23 anos, a frequentar as aulas. Além disso, a superação individual a motiva. "Na primeira aula, perdi a força na metade. Hoje aguento até o fim", afirma ela, que começou há três meses.
Benefícios: condicionamento físico e cardiovascular, flexibilidade, coordenação motora, aprimoramento das habilidades técnicas e capacidades físicas para a prática do surfe no mar. Fortalece principalmente braços, costas e ombros.
Serviço: A prática é oferecida: Escola de Natação Amaral, Rua Joaquim da Silva Sampaio, 303, Mercês. Academia Be Happy, Rua Bento Viana, 609, Água Verde. PUCPR, Rua Imaculada Conceição, 1.155, Prado Velho. Matrícula R$ 80 e mensalidades R$ 225 (duas vezes por semana), com direito a uma manhã de aula na praia (sem transporte e locação de material). Brasil Surf School, fones (41) 3532-0633 e 9804-0633, site www.brasilsurfschool.com.br.
Deslizando sobre rodas
Foto: Ivonaldo Alexandre / Gazeta do Povo
Parece brincadeira de criança ou coisa de artista. Mas deslizar sobre rodinhas está ao alcance de (quase) todos. "Parece difícil, mas depende só do medo que a pessoa tenha", garante a professora de patinação Fabiana Consentino. E é o medo quem determina o sucesso do iniciante na prática. A professora calcula em um mês o tempo para que um adulto, que nunca teve contato com as rodinhas, comece a ter segurança e movimentos mais firmes. Mas há os que não conseguem. De novo, a culpa é dele. "Normalmente são situações ligadas a traumas. Dei aula para uma senhora que levou dois anos e meio para soltar da minha mão. Mas ela conseguiu", conta. Não é preciso ter tanto medo, mas quem escolhe esse esporte deve estar preparado: cair é inevitável. Por isso mesmo uma das três coisas a aprender, além de andar e frear, é justamente como cair.
Segundo Fabiana, as contraindicações para praticar a patinação são apenas as determinadas pelo médico do aluno. Algumas doenças ou condições só limitam alguns movimentos.
Dentre os mais de cem alunos de Fabiana, a maioria vai além da atividade física: participa das competições e apresentações. Foi o que aconteceu com a protética Daniele Menezes Vianna, 38 anos. Patinar era um sonho de criança, que começou a ser realizado há seis anos. Ela começou apenas pela atividade física e hoje participa do grupo que faz shows e de competições.
Benefícios: equilíbrio, postura, coordenação motora. Trabalha principalmente coxas, glúteos e abdome.
Serviço: A prática é oferecida: Stark Sports, Rua Dr. Bronislau Ostoja Roguski, 150, Jardim das Américas. Ribamar Sports, Rua Rio de Janeiro, 1.271, Água Verde. Ícaro Atlético Clube, Rua Munhoz da Rocha, 1.359, Cabral. Matrícula R$ 80, mensalidade R$ 100. Fone (41) 9166-6955, e-mail fabianacon@bol.com.br.
Na torcida
Foto: Ivonaldo Alexandre / Gazeta do Povo
Por aqui, os conhecemos principalmente pelos filmes americanos e costumamos pensar neles apenas como coadjuvantes de outros esportes. Mas a atividade de líder de torcida, ou cheerleading, no nome em inglês, é um esporte. E que esporte! É preciso aprender acrobacias, saltos e elevações – quando se fica sobre outro praticante.
Há cerca de quatro meses, a professora de Educação Física Karina Lorenzon dá aulas da modalidade aqui em Curitiba. Ela, que estudou nos Estados Unidos e foi atleta de ginástica artística, pretende divulgar o esporte por aqui e, futuramente, fazer um centro de formação. Até lá, tem uma missão bastante difícil: desmistificar a ideia de que somente meninas são cheerleaders. "É um preconceito que existe aqui. Nos Estados Unidos muitos meninos fazem parte das equipes."
Ela deixa seus alunos – sim, há um menino entre elas! – livres para escolher se querem apenas treinar pela atividade física em si ou participar das apresentações. Nas aulas, a diversão é garantida, diz Karina. "Afinal de contas, se o líder de torcida não for animado, não tem como animar o público."
A estudante Gabriela de Moura, 19 anos, que está com Karina desde o início, conta que começou por curiosidade e rapidamente percebeu uma melhora no condicionamento físico. "A todo instante você tem de se superar", completa.
Benefícios: força, flexibilidade, coordenação motora, equilíbrio.
Serviço: Na Work Out Esportes, aulas às terças e quintas, das 12 às 12h50; e terças e quintas, das 18 às 19h. R$ 80, duas vezes por semana. Fone (41) 9735-5255 (Karina), site www.workoutcuritiba.com.
Saltando obstáculos
Foto: Marcelo Andrade / Gazeta do Povo
Se você encontrar alguém escalando, saltando, correndo e rastejando por aí, olhe com mais calma antes de se assustar. Você pode estar diante de um praticante de parkour. "A ideia da atividade é traçar um percurso ultrapassando qualquer obstáculo que surgir", explica o professor de Educação Física Cassio Junior, do Grupo de Aulas de Parkour (GAP). E tudo isso usando o próprio corpo. Nas aulas, são treinados os movimentos e a velocidade. "Tudo tem técnica, a forma certa de fazer", afirma o professor. O estudante Lucas Souza, 21 anos, começou a praticar o parkour porque achava a academia muito monótona e queria algo mais dinâmico. "O melhor é conseguir superar seus limites. Em três meses, já senti evolução na precisão e no equilíbrio. Até meus resultados acadêmicos melhoraram, você acaba tendo mais equilíbrio em tudo", comemora.
Benefícios: força muscular, condicionamento físico e cardiorrespiratório, equilíbrio, consciência corporal, agilidade.
Serviço: Grupo de Aulas de Parkour, aulas terças e quintas, das 14 às 15h30; das 15h30 às 17h e das 20h45 às 22h15. R$ 135 por mês, duas vezes por semana. Fones (41) 9943-9656 (Lucas) e (41) 9813-0648 (Cassio), site www.aulasdeparkour.com.br.
Bravo, bravo!
Foto: Aniele Nascimento / Gazeta do Povo
Trapézio, malabares, tecido, cama elástica, lira. Frequentar aulas de circo pode unir o exercício físico a um sonho de criança. "É um exercício de alta intensidade sem monotonia", define o bacharel em Educação Física Bruno Tucunduva, professor e coordenador pedagógico do Circocan.
E se as piruetas e acrobacias assustam, os professores garantem que não tem idade limite ou sedentarismo que impeça alguém de aprender. É contraindicado apenas para quem tem problemas de coluna ou cardiopatias – já que a frequência cardíaca é muito alta durante os exercícios.
Também elevada é a carga emocional. "É uma maneira legal de aprender a controlar algumas emoções. O aluno precisa enfrentar medos como o de altura, de cair, de ficar preso", analisa a professora de circo Marina Prado, da TripCirco. "Tenho pavor de altura, mas chego aqui e faço trapézio, tecido. Gosto desse desafio e o medo dá adrenalina. Além de ser um excelente condicionamento físico", afirma o médico veterinário Gabriel Ayroso, 26 anos, aluno de circo há 6.
Benefícios: força, flexibilidade, postura, ganho de massa muscular, resistência, consciência corporal. Trabalha muito abdome e força nos membros superiores.
Serviço
A prática é oferecida: CircoFitness (Circocan), aulas às segundas, quartas e sextas, das 19h às 20h15; quartas e sextas, das 10 às 11h. R$ 135, frequência livre. Circocan, site www.acrobativa.com.br.
Trip Circo, aulas às segundas e quartas, das 19 às 21h; terças e quintas, das 9 às 11h; sextas, das16 às 18h; sábados, das 10 às 12h. R$ 120 (duas vezes por semana). Avenida Sete de Setembro, 2.618, fone (41) 3018-8430, site www.tripcirco.com.
Foto: Aniele Nascimento / Gazeta do Povo