Corpo e mente mudam o tempo todo. O problema aparece mesmo é quando o disco "trava" e um comportamento próprio a uma fase ou momento torna-se crônico. Atrasar muito na hora de adquirir a fala ou demorar a andar quando bebê; ser rebelde, introspectivo ou ficar isolado por tempo demais na adolescência; sofrer ou angustiar-se a ponto de paralisar com as incontornáveis demandas da vida na fase adulta; nunca olhar o lado bom ou lamentar e supervalorizar as limitações próprias ao envelhecimento na terceira idade são algumas situações que merecem atenção. Apesar de acreditarmos que estaremos bem ao termos pontos de apoio muito fixos e arriscadamente nada flexíveis para seguir em frente, mover-se é a regra básica, o fundamento primeiro de nossa existência. Saber que o caminho se faz ao caminhar é compreender nossa relação que nunca se esgota com o mundo e com as pessoas.
Quem sabe viver compreende que os sentimentos não são estanques e que nosso objeto de desejo está sempre além. Que temos de aprender com essa falta primordial que faz buscarmos a felicidade com tanta vontade e paixão e que, nos intervalos, até rimos dessa nossa jornada, e até conseguimos ver alguma beleza nesse turbilhão de coisas que teimam em não se ordenar.
As pedras no caminho não são um real problema, andar em círculos pode ser algo muito pior.
Boa leitura!
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