Saúde

Novembro é o mês de conscientização sobre a diabete

Luisa Nucada, especial para a Gazeta do Povo
11/11/2014 17:13
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Uma doença silenciosa, sem sintomas marcantes em quadros leves, que de tão comum não é muito temida. A diabete pode trazer complicações à vida do indivíduo, e em casos mais graves, levar à morte.
Para alertar a população quanto à prevenção e tratamento da patologia, 14 de novembro (sexta-feira) foi escolhido como o Dia Mundial da Diabete.
De acordo com o diretor médico e endocrinologista do Laboratório Frischmann Aisengart, Mauro Scharf, a diabete é hoje considerado um sério e crescente problema de saúde pública em países desenvolvidos e em desenvolvimento, devido ao aumento de sua prevalência, morbidez e mortalidade. Tipos da doença
A diabete tipo 1 é conhecida como a diabete das crianças, mas pode acontecer em qualquer idade, afirma a médica endocrinologista Daniele Tokars Zaninelli.
A doença ocorre quando anticorpos produzidos pelo organismo atacam o pâncreas e impossibilitam a produção de insulina, hormônio responsável pela diminuição dos níveis de glicose no sangue.
"O papel da insulina é abrir as portas das células para a entrada da glicose, que dá energia ao corpo", explica a endocrinologista. Quem tem diabete tipo 1 depende da aplicação diária do hormônio.
Já a diabete tipo 2 ocorre mais em adultos e tem o sedentarismo e a obesidade como gatilhos principais, além da predisposição genética. "O pâncreas é capaz de produzir a insulina, mas ela não consegue exercer o efeito nas células, tem sua ação prejudicada", diz a especialista. É a obesidade que cria essa resistência ao hormônio.
Em quadros iniciais, o paciente trata a doença com medicamentos orais e injetáveis. Em fases avançadas, o diabético do tipo 2 pode deixar de produzir a insulina e passa a ter de aplicá-la.
De acordo com Scharf, a maioria das pessoas apresenta o tipo 2 da doença e está na faixa etária de 45 a 64 anos. "Portanto, em fase de grande participação no mercado de trabalho, fazendo com que o tratamento acarrete em elevado custo direto e indireto social, humano e econômico", afirma o médico.
Em Curitiba, mais de 52 mil pessoas são diabéticas e recebem acompanhamento do município, de acordo com dados da Secretaria Municipal de Saúde. A Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que, em 2030, um terço da população esteja com diabete não-dependente de insulina. Atualmente, mais de 12 milhões de brasileiros possuem a doença.
"Uma perda de 5% a 10% do peso já previne o desenvolvimento da diabete e melhora o controle da doença", enfatiza Daniele. A médica recomenda 150 minutos de exercícios físicos moderados por semana para evitar a patologia.Agenda
Confira as atividades do mês de conscientização sobre a diabete em Curitiba:
13/11, quinta-feira
Campanha de prevenção da diabete, com avaliação gratuita de taxa glicêmica, aferição da pressão arterial e avaliação de Índice de Massa Corporal (IMC). Promovida pela Associação Paranaense do Diabético (APAD). Das 10 às 16 horas, na Boca Maldita.
14/11, sexta-feira
Realização de testes de glicemia e instruções nutricionais. Promovida pela Liga de Endocrinologia do curso de Medicina da PUCPR, com orientação da professora e médica endocrinologista Ana Cristina Ravazzani. Das 8h às 11h30, no Hall de entrada do Bloco Verde, localizado no Campus Curitiba da PUCPR (Rua Imaculada Conceição, 1155).
Exames de fundo de olho para avaliação da retina, promovidos pelo Centro Paranaense de Oftalmologia (CPO), e testes de glicemia, realizados pela APAD. Das 9 às 16 horas, na Praça Nossa Senhora da Salete, no Centro Cívico.
15/11, sábado
Trem da Saúde, ação que dará orientações e tirará dúvidas sobre a doença. Promovida em parceria pelo Hospital da Cruz Vermelha e a Sociedade Paranaense de Endocrinologia e Metabologia (SBEM-PR). Das 8 às 12 horas, no Hospital da Cruz Vermelha (Av. Vicente Machado, 1280, Batel).