Pele (e vaidade) a salvo

Você colocou um par de brincos e suas orelhas não páram de coçar? Pode ser que você faça parte de um grupo de aproximadamente 13% da população mundial que tem alergia a bijuterias. De acordo com a dermatologista Maria Cristina Araujo Pinto, a culpa, muito provavelmente, é do sulfato de níquel, uma substância presente em acessórios para dar brilho e maleabilidade que pode causar desconforto em pessoas sensíveis a ela.

O nível da alergia depende da reação de cada pessoa ao composto. Algumas delas apresentam apenas vermelhidão. Em outras, a pele pode descamar, coçar e até endurecer na região que entrou em contato com a bijuteria. A dermatologista Anarosa Barbosa Sprenger explica que essa reação é considerada um tipo de dermatite de contato e que não existe tratamento para ela. "A solução é descobrir a causa da alergia e afastá-la. Podem ser aplicadas pomadas com cortisona, mas, a longo prazo, elas causam efeitos colaterais", alerta.

Embora já esteja acostumada aos modelos restritos de brincos, colares e pulseiras, Bianca Bostelmann, 24 anos, que há 10 descobriu sua sensibilidade ao níquel, sofre com os botões de calças e os prendedores de sutiãs, que levam a substância na composição. Para esses casos, a dermatologista Maria Cristina recomenda botões de plástico, revestidos com tecido de algodão, ou ainda sem prendedor. Truques caseiros, como passar esmalte incolor na parte que fica em contato com a pele, podem funcionar, pois criam uma película entre o metal e a pele, mas são temporários. "O importante é hidratar a pele, pois assim ela fica mais resistente quando em contato com o agente alergênico", diz a médica.

Às alérgicas fashionistas, o melhor é recorrer aos acessórios de prata e ouro (lembrando, no entanto, que podem conter ligas com níquel) ou às bijuterias em aço cirúrgico ou titânio, como faz Lívia Rocholli, 27 anos, que há 11 descobriu que é alérgica às bijuterias comuns.