Fibromialgia

Saúde além da dor

Rodolfo Stancki
03/03/2013 03:10
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A contadora Sonia Fo­­lador, 52 anos, tinha dores pelo corpo todo. Pontadas de uma faca imaginária pareciam atravessar seu quadril e lombar. Depois de uma hora no sol forte da praia, as costas doíam como se tivesse levado uma surra. "Alguns dias eram insuportáveis", lembra. Sonia sofre de fibromialgia, uma doença que aumenta a sensibilidade da dor no sistema nervoso e atinge pouco mais de 2% da população brasileira. A patologia provoca dores difusas, que atingem músculos, tendões e articulações. Não tem cura, mas pode ser controlada.
A fibromialgia ainda não foi completamente desvendada pela ciência. Sua origem é desconhecida. Não existem exames físicos que confirmem o diagnóstico, pois trata-se de uma doença que não provoca inchaços ou inflamações. A identificação é feita por meio de exame clínico, conforme explica o reumatologista Eduardo Paiva, responsável pelo ambulatório de fibromialgia do Hospital das Clínicas. "O diagnóstico é basicamente um interrogatório. Muitos pacientes apresentam histórico de dor no corpo todo, relatos de cansaço, problemas para dormir e enxaqueca", afirma o médico.
Controle
Depois de diagnosticado com a fibromialgia, o paciente precisa seguir alguns passos para controlar a dor. O primeiro deles é buscar orientação de especialistas. "Isso ajuda a não ficar muito preocupado com a doença, pois ele descobre que não é grave e o que ele sente pode ser aliviado", diz Sergey Lerner, reumatologista chefe do ambulatório de fibromialgia do Hospital Evangélico.
Os médicos também recomendam moduladores de dor para os casos mais agudos e a prática de exercício físico, que reduzem a sensibilidade do sistema nervoso. Sonia, por exemplo, frequenta a academia três vezes por semana. "Sinto que estaria cravada numa cadeira de rodas [por causa da dor] se não me exercitasse."
Alterações de humor, como estresse e ansiedade, também podem piorar o quadro da fibromialgia. Em alguns casos, é preciso que o paciente tenha algum acompanhamento psicoterápico. "Nem todo mundo sabe como lidar com a dor", diz Lerner.
Sonia conta que aprendeu como aliviar a dor. Sua receita é continuar com a rotina de trabalho, ir a pé para o escritório e não se preocupar. "Nem uso celular para evitar o estresse."
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ServiçoFibrocuritibaPrimeira reunião do ano: 16/03/2013Local: Sala 4, Hospital de ClínicasTelefone: (41) 3363-0348