Saúde

Terapia ayurvédica: bem-estar que vem da Índia

Érika Busani, erikab@gazetadopovo.com.br
22/07/2012 03:08
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Nelson Pudles fazendo shirodara, um dos tratamentos ayurvédicos, com terapeuta Max Reis. Com a terapia, ele se curou de refluxo e de prostatite | Mel Gabardo/ Gazeta do Povo

Em 2007, o designer Nelson Pudles, hoje com 49 anos, convivia com um refluxo constante que lhe causava dores diariamente. Para piorar, alguns meses depois teve uma infecção urinária que se transformou em prostatite crônica, causa de ainda mais dor.
Quando ouviu de médicos que não havia o que fazer para aliviar seu sofrimento, ele resolveu procurar terapias alternativas e achou o ayurveda. Em cerca de sete meses, após um tratamento que incluiu mudanças na alimentação, massagens e ervas, o refluxo e a prostatite estavam curados. "Eu também tinha insônia, dormia só três ou quatro horas por noite. Hoje durmo bem, estou mais tranquilo e equilibrado", conta Nelson.
Ayurveda significa conhecimento (veda) da vida (ayur) e essa tradução desvenda um pouco do que é a terapia. Com cerca de 5 a 6 mil anos de existência, a medicina tradicional indiana trabalha com o reequilíbrio orgânico, emocional e espiritual do paciente. "Trata o ser humano como um todo, inclusive o ambiente em que ele vive e seus hábitos de vida", explica a terapeuta ayurvédica Aline Reipert.
Para o ayurveda, toda a matéria é formada por cinco elementos: éter, ar, fogo, água e terra. Isso vale também para o ser humano. E são esses elementos que constituem os chamados doshas: vata, pitta e kapha. Todos temos graus diferentes de cada um deles e normalmente um que domina. Este é o dosha principal da pessoa, que vai determinar suas características físicas e mentais. São sete constituições físicas baseadas nos três tipos básicos: vata, pitta, kapha, vata-pitta, vata-kapha, pitta-kapha e vata-pitta-kapha. O mais comum é o tipo bidosha e o mais raro, o tridosha.
"A constituição serve de referência no tratamento. Só que mais importante do que saber qual a estrutura da pessoa é descobrir o que está em desarmonia", afirma o terapeuta ayurvédico Max Reis. Ele explica que um dosha em desequilíbrio pode gerar toxinas, que causam doenças. Por isso, o primeiro passo do tratamento é reduzir essas toxinas.
O tratamento
Na primeira consulta, o terapeuta ayurvédico faz a anamnese – uma entrevista sobre hábitos de vida, problemas físicos e emocionais – e o diagnóstico pela observação de pulso, língua, unhas, pele, cabelos e urina. O tratamento depende muito do paciente, porque além das massagens com óleos específicos e uso de ervas, inclui mudanças na rotina.
A alimentação é uma das principais. "O conceito é bem diferente do ocidental. Para o ayurveda, não é o alimento em si que é ou não saudável", diz Max. Cada dosha tem comidas que são boas e outras nem tanto. A parte boa dessa história é que quase nada precisa ser retirado do cardápio: quando se opta por algo "ruim", é possível usar alguns "antídotos", como temperos ou dois alimentos bons para equilibrar. "Muitos dos tratamentos ayurvédicos estão na nossa cozinha."
E nos nossos costumes. "As terapias trazem de volta o equilíbrio físico e emocional. E a mudança de hábitos garante que o desequilíbrio não ocorra novamente. Com o tempo, a pessoa identifica o que traz desarmonia e lida com isso de forma a não adoecer", assegura Aline.
Serviço
• Max Reis, terapeuta ayurvédico: Centro do Corpo Studio, Rua Ângelo Sampaio, 350, fone (41) 3016-8777, e-mail max@toquedesaude.com
• Aline Reipert, terapeuta ayurvédica: fone (41) 9968-6310, e-mail aline.reipert@gmail.com