iogurtes

Você faz uso certo dos probióticos?

Amanda Milléo
28/08/2014 03:13
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Regular o intestino ingerindo alimentos chamados probióticos, aqueles que conseguem modificar as funções fisiológicas do corpo humano através de bactérias benéficas, nem sempre é uma promessa que pode ser cumprida. Muitas vezes eles não funcionam para todos da mesma forma.
As funções extras dos alimentos probióticos estão sujeitas a fatores externos, que influenciam o resultado esperado. "A dieta, o estresse, as condições de saúde e hábitos saudáveis podem interferir na eficiência ou não de um produto", explica a engenheira de alimentos e professora da Universidade Estadual de Londrina (UEL), Sandra Garcia.
Acreditar que o alimento servirá como um medicamento não é indicado, segundo a doutora em probióticos da Universidade Tecnoló­gica Federal do Paraná, campus Ponta Grossa, Maria Carolina de Oliveira Ribeiro. "A pessoa pode fazer uso do iogurte probiótico como um alimento funcional, mas não pode considerar que ele será o único responsável pela redução da pressão sanguínea e do colesterol", diz.
Algumas linhagens dos gêneros e espécies Lactobacillus e Bifidobac­te­rium têm ação comprovadamente benéfica no trânsito intestinal e são encontrados nos iogurtes probióticos em mercados, que devem trazer essa informação no rótulo. Para outras funções, como ativação do sistema imunológico, redução do colesterol, pressão sanguínea, processos alérgicos e anticarcinogênico, as bactérias estão sendo estudadas e ainda não estão disponíveis à população. "São muitas as espécies que estudamos, mas poucas estão disponíveis para venda", diz Sandra.
Iogurte é melhor que leite
Leite e iogurte têm a mesma composição básica, e todos os constituintes de um continuam no outro, após a fermentação. Mas, a textura e a digestibilidade são melhores neste último. "Há um teor menor de lactose no iogurte, por parte do açúcar do leite (lactose) ter sido fermentada pelas bactérias, formando ácido lático", explica a professora da UEL, Sandra Garcia. A fermentação do açúcar beneficia quem possui pequena intolerância à lactose, mas não quem tem uma deficiência significativa.
Chover no molhado
Se a pessoa mantém uma alimentação saudável, pratica exercícios, não fuma ou bebe em excesso, incluir alimentos probióticos na dieta não influencia tanto o sistema imunológico ou a regulação do trato intestinal. No entanto, caso surja um desafio – ingestão de um agente patogênico através de uma comida contaminada – a pessoa pode estar mais protegida.