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Voos sem preocupação

Amanda Milléo
17/07/2014 03:25
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A sensação de mal estar após voos de longa duração tem nome. Chama-se Síndrome da Classe Econômica e afeta o coração, pulmão e até o emocional do viajante. Embora algumas pessoas sejam mais suscetíveis, caminhar, não dormir demais e beber água podem evitar problemas de saúde.
O espaço apertado entre as poltronas faz com que as pernas fiquem na mesma posição por horas, são poucos os momentos para levantar e caminhar, há a dificuldade em ir ao banheiro, e é reduzida a ingestão de água durante o voo. Faltar com esses cuidados pode prejudicar a circulação sanguínea, possibilitando o surgimento de coágulos nas veias da perna, especialmente na panturrilha – responsável pelo retorno do sangue venoso ao coração e, em seguida, ao pulmão. "Quando o coágulo se desprende da veia na perna, segue até o pulmão e para, causa a embolia", diz o angiologista e cirurgião cascular do Hospital Marcelino Champagnat, Maurício Abrão.
Os sintomas podem surgir até três dias após a viagem. Além disso, mais de 30% das tromboses nas pernas são assintomáticas. "Quando há sintomas eles são dor na perna, edema, dificuldade de caminhar e inchaço", explica Abrão.
Avião versus enfarte
Mesmo entre pessoas com histórico de doenças cardiovasculares não há maior risco ou propensão de ocorrer eventos envolvendo o coração por causa das viagens longas. "O voo não altera a pressão do paciente. Não dá para relacionar, senão haveria restrições a alguns pacientes, o que não é o caso", explica o cardiologista chefe do Clinic Check-up do Hospital do Coração, Cesar Jardim.
A tensão que cada um pode sentir (apreensão, ansiedade) decorrente do voo é um fator emocional e, esses sim, podem desencadear eventos cardiovasculares em pacientes de risco – fumantes, hipertensos, diabéticos ou com histórico pessoal e familiar. "A pessoa que sabe que fica mais estressada nessas situações pode conversar com o médico, ver a pressão antes de viajar e fazer ajustes na medicação ou mesmo tomar um calmante prescrito pelo médico", sugere Jardim.
Varizes perigosas
As varizes podem aumentar o risco de trombose em viagens de longa duração. Se for pequena, não há problemas. Pessoas com história de trombose na família, que fazem uso de tratamentos hormonais, seja anticoncepcional ou reposição, em tratamento para câncer com quimioterapia, com doenças cardíacas ou respiratórias e que fumam têm o risco aumentado.