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Aviso sobre risco cancerígeno do café é desnecessário, diz FDA

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31/08/2018 17:00
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Foto: Emre Gencer/Unsplash.

A Administração de Alimentos e Medicamentos dos Estados Unidos (FDA, na sigla em inglês) disse nesta semana que não concorda com a decisão de um juiz da Califórnia sobre o risco cancerígeno do café — em março deste ano, o juiz determinou que estabelecimentos do Estado que vendem café deveriam alertar os consumidores sobre os riscos de se exporem à substância acrilamida, que é formada durante o processo de torrefação.
Segundo a FDA, esses avisos “teriam maior chance de confundir consumidores de café do que de informá-los”.
A chamada Proposta 65 da Califórnia exige que empresas alertem consumidores sobre riscos à saúde caso seus produtos contenham pelo menos uma das centenas de substâncias listadas pelo Estado.
As pesquisas existentes, disse a FDA, não corroboram a necessidade de um aviso sobre câncer para o café. A agência afirmou ainda que não é possível nem necessário reduzir completamente a exposição à acrilamida. A agência da Califórnia que supervisiona a Proposta 65 já tinha chegado a conclusões semelhantes às da FDA.

O que é a substância

A acrilamida, desde 1990, faz parte da lista de elementos químicos prejudiciais à saúde — em 2002, a indústria alimentícia notou que ela estava presente em alimentos como batata frita, chips e pão tostado por conta das altas temperaturas em que os alimentos são submetidos. No caso do café, a substância aparece por causa da torrefação.
No entanto, alguns estudos, como o do Instituto Nacional do Câncer  norte-americano de 2014, afirmam que não é possível confirmar que o consumo da acrilamida se relacione diretamente com o desenvolvimento de cânceres.
Em 2016, a OMS retirou, após 25 anos, o café da lista de possíveis causadores de determinados cânceres, como o de bexiga, pâncreas e bexiga.
Outras pesquisas recentes apontam, inclusive, um benefício maior para a saúde de um consumo moderado do que a abstinência total da bebida: pesquisadores britânicos revisaram 200 estudos e concluíram que beber de três a quatro xícaras por dia diminui o risco de morrer por causa de um derrame em 30% e em 19% de ter doenças cardiovasculares. A pesquisa foi publicada em 2017 no British Medical Journal.
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