Saúde e Bem-Estar

Folhapress

Brasil tem 18% a mais de pessoas com HIV; procura por tratamento sobe

Folhapress
24/11/2017 12:40
Thumbnail

Só nos primeiros seis meses de 2017, 35 mil pessoas iniciaram tratamento contra o HIV no Brasil. Foto: Antônio More/Gazeta do Povo. | Gazeta do Povo

Nos últimos quatro anos, a proporção de pessoas diagnosticadas vivendo com HIV no país cresceu 18%: passou de 71%, em 2012, para 84%, em 2016. No mesmo período, aumentou em 15% o porcentual de diagnosticados com o vírus em tratamento —de 62% em 2012, para 72%, em 2016. Além disso, o levantamento aponta que quase 35 mil pessoas iniciaram tratamento contra a doença só nos primeiros seis meses de 2017.
Os dados são do relatório de monitoramento clínico do HIV, do Ministério da Saúde, divulgado na quinta-feira (23).
Em 2016, das pessoas que estavam tomando antirretroviral há pelo menos seis meses, 91% delas alcançaram a supressão viral, quando a carga fica abaixo de mil cópias de vírus para cada miligrama de sangue, um indicador de sucesso pois quanto menor fora a quantidade de vírus no organismo, menor é a chance de transmissão. Em 2012, esse percentual era de 85%.
Também caiu o tempo que uma pessoa leva entre o diagnóstico e o início do tratamento do HIV : de 161 dias para 42. Até 30 de junho, haviam no país 517 mil pessoas em tratamento antirretroviral.
A taxa de abandono ou interrupção do tratamento se mantém em 9%, índice que segue constante desde 2013.

Desafio é tratar jovens 

O relatório mostra ainda que o maior desafio do país é inserir os jovens no tratamento. Apenas 56% das pessoas que vivem com HIV e que têm entre 18 e 24 estão tomando antirretroviral. E destes, menos da metade apresentavam carga viral baixa. O Sistema Único de Saúde (SUS) financia toda a terapia antirretroviral do país. O governo diz que gastou R$ 1,1 bilhão com o programa em 2017.
Lançado pelo segundo ano seguido, o Relatório de Monitoramento Clínico do HIV avalia as metas 90-90-90: (90% das pessoas vivendo com HIV diagnosticadas); (90% das diagnosticadas em terapia antirretroviral); e (90% das diagnosticadas em terapia antirretroviral com supressão viral), até o ano de 2020 para o Brasil.
As metas foram instituídas em 2014 pelo Programa das Nações Unidas para Aids (UNAIDS).