Saúde e Bem-Estar

Camila Kosachenco, Agência RBS

Dicas para driblar aquela vontade de comer doce após o almoço (e durante todo o dia)

Camila Kosachenco, Agência RBS
14/11/2018 12:00
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Comer açúcar não é errado, mas excesso deve ser combatido. Foto: Patrick Fore/Unsplash.

Não resiste a um docinho depois do almoço? Então, este texto é para você. Apesar de delicioso, o açúcar em excesso é um dos grandes vilões da atualidade: colabora para o aumento de peso — que pode levar à obesidade — e, associado a outros fatores, pode aumentar o risco de ter diabetes e acelerar o envelhecimento.
A atração do ser humano por alimentos adocicados não é de hoje. Conforme a nutricionista Patrícia Damé, que trabalha com abordagem comportamental, o açúcar nos ajudou ao longo da evolução. “Nos ajudou como espécie, pois o paladar doce tornou possível que identificássemos alimentos com glicose. Esse tipo de comida tem mais calorias, o que forneceu energia e garantiu a sobrevivência”.
Assim, fica mais fácil entender que é absolutamente normal ter apreço pelos sabores adocicados. Mas é preciso bom senso na hora de ingeri-los.

“Essa vontade não está errada. Acontece que, hoje, é mais difícil de lidar com esse ambiente onde há tantos alimentos com muito açúcar. Nosso desejo garantiu a sobrevivência, mas a exposição em excesso a ele virou um problema” pondera.

Confira, abaixo, algumas dicas para comer doce em paz, mas sem excessos:

Identifique as emoções

(Foto: Bigstock)
(Foto: Bigstock)
Quem nunca comeu um bombom para “aliviar a tristeza”? Ou por que estava ansioso, nervoso ou estressado? A ingestão de doces para regular as emoções é um fator que deve ser observado e evitado. Como o açúcar libera serotonina, neurotransmissor associado ao bem-estar, acaba servindo para muitos como uma recompensa.  “É importante identificar a razão para se estar buscando o doce” observa a nutricionista Patrícia Damé.
Uma boa saída para evitar os doces como forma de suprir alguma necessidade emocional é apostar em atividades prazerosas como exercícios ou até mesmo aquele passeio com um amigo.

O que os olhos não veem…

É assim mesmo: quanto menos você enxergar doces, menor será sua vontade, garante Patrícia. Isso tudo por que nosso cérebro associa o consumo de doces ao prazer, fazendo com que não pensemos, pegando a sobremesa automaticamente. “Quando vemos um doce, isso nos dá um primeiro gostinho de prazer, liberando dopamina” esclarece a nutricionista.

Esse estímulo visual vale, inclusive, para fotos. Ou seja, imagens de docinhos, chocolates e tortas suculentas podem, sim, aumentar a vontade de comê-los.

A mesma regra vale para o consumo desses alimentos: quanto mais se come, maior o desejo. Isso também se aplica aos adoçantes, que, apesar de não terem calorias, lembra Patrícia, estimulam o paladar pelo doce. “Não é uma sugestão trocar tudo pelo adoçante, mas, sim, desenvolver o paladar por outros sabores”.

Trocas Saudáveis

Foto: Emre Gencer/Unsplash.
Foto: Emre Gencer/Unsplash.
Uma boa estratégia para fugir do docinho depois do almoço é tomar um café com canela, sugere a nutricionista clínica e esportiva Frantieska Tubino. Ela explica que a canela ajuda a estabilizar a glicemia, que é fundamental para perda de peso.
“Mas o café é sem açúcar” lembra. A dica da especialista para quem não gosta ou não pode tomar cafeína é apostar em chás como de erva-doce e camomila.
Outra opção que ela dá é comer uma porção de fruta no almoço. “Indico trocar a batata, o arroz ou a massa pelos carboidratos das frutas. Acrescentar uma proteína e uma salada”.
Patrícia também sugere o consumo de frutas bem maduras, que são mais doces, e da estação, ou até mesmo as versões secas, como tâmaras, ameixas e passas para saciar a ânsia pelo açúcar.
No fim da tarde, quando bater aquele desejo louco por um doce, Frantieska sugere um abacate esmagado com cacau. “Para quem tem prescrição de suplementos de proteína, também pode-se misturar junto” comenta a nutricionista esportiva.

Chocolate e a TPM

Ainda que não tenha motivos muito bem esclarecidos, a tara por doces durante o período de tensão pré-menstrual é bastante especulada. Patrícia diz que algumas hipóteses apontam para a hipoglicemia provocada por mudanças hormonais.
“Comer doces seria, instintivamente, uma forma de corrigir isso. O desejo por chocolate também é investigado como uma possível diminuição de magnésio, e o consumo serviria para equilibrá-lo” explica a nutricionista.
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