Saúde e Bem-Estar

Marina Mori, especial

Como os remédios atrapalham (e muito!) seu sono

Marina Mori, especial
27/03/2017 19:00
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Alguns remédios de uso contínuo podem ser responsáveis por sintomas como falta de sono, agitação noturna e pesadelos.
Entre os principais “vilões” dos sonhos tranquilos estão os comprimidos para tratar hipertensão, asma, déficit de atenção e depressão.
Mas, calma, não adianta interromper o tratamento por conta própria. Às vezes, um ajuste de posologia, feito pelo médico, resolve o problema.
Relaxante muscular ou antialérgicos para dormir? Jamais!
Muitos relaxantes musculares e analgésicos contêm cafeína na formulação. Se usados próximo do horário de sono, podem causar agitação. Ah, e vale frisar que esses medicamentos, por mais que ajudem a relaxar, não são indicados para tratar insônia. O mesmo vale para os anti-histamínicos, conhecidos por causarem sonolência. Além de não funcionarem, em muitos casos o efeito sedativo persiste até o dia seguinte, agindo como uma reação adversa.
Melatonina
Famosa por salvar os viajantes do efeito jet lag, a melatonina agora pode ser adquirida no Brasil através de prescrição médica em farmácias de manipulação. Conhecida como hormônio do sono, as cápsulas contêm uma dose maior do que a produzida no organismo, o que ajudaria na indução e manutenção do ciclo do sono.
Além disso, a melatonina pode ser uma alternativa mais benéfica para quem sofre de distúrbios do sono em comparação aos medicamentos utilizados atualmente. Os poucos relatos de efeitos colaterais se relacionam com alterações férteis em homens e mulheres. Até o momento, não há indicação para uso em crianças.
Para resultados mais eficientes, a melatonina deveria ser associada a uma rotina equilibrada de práticas saudáveis para o sono.
Pílulas do sono
Quando não há resultados e a insônia continua a incomodar, os especialistas recomendam o tratamento com remédios específicos. O tipo de medicamento e o uso variam em cada caso, mas um objetivo é comum a todos: o efeito deve durar apenas durante a noite e não se prolongar durante o dia. Assim, sintomas como falta de ânimo e sonolência excessiva ao longo do dia seriam evitados.
Tarja preta
Antigamente, os “benzoadiazepínicos”, conhecidos como tarja preta, eram considerados os mais eficientes para a insônia. Hoje, porém, não são indicados para o tratamento, já que seu efeito pode durar até o dia seguinte e o uso a longo prazo pode causar dependência. São prescritos apenas em casos de insônia associada à ansiedade.
Fontes: Márcia Assis, neurologista, especialista em medicina do sono e membro da Associação Brasileira do Sono / Rosângela Réa, endocrinologista e professora do Serviço de Endocrinologia e Metabologia do Hospital de Clínicas da UFPR (SEMPR).
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