Que tal aproveitar o feriadão de carnaval para se aventurar nos morros paranaenses? Enquanto muita gente vai descer a serra, aproveite para fazer o caminho oposto, e ver a região de Curitiba lá do alto. A jornalista e montanhista Viviane Rachinski, do grupo Salto Alto Montanhismo,  deu dicas de seis morros que ficam próximos à capital, e que podem ser feitos por iniciantes. Confere aí!

O Pão de Ló é um dos morros que integra a Serra da Baitaca, em Quatro Barras, e tem cerca de 1.300m de altitude. São cerca de nove quilômetros de trilha, entre vegetação e raízes, e 500m de subida até o cume. Por estar próximo a um posto do IAP (Instituto Ambiental do Paraná), o local oferece estrutura de banheiros, e também de segurança – os visitantes informam o órgão quando chegam, então há controle de quem está na subida. Para os iniciantes, Viviane sugere um tempo total de 5 horas entre subida, descida e mais um tempo para admirar a paisagem lá de cima: da vista de 360°, é possível identificar a cidade de Curitiba, o complexo Marumbi e até parte do litoral paranaense. A entrada é gratuita e o local tem estacionamento.

Ainda na linha dos mais ‘suaves’, o Morro do Getúlio tem início no Parque Estadual Pico Paraná, que é o ponto de partida para as várias trilhas do complexo onde fica o ponto mais alto do estado. Também considerado boa opção para iniciantes, é menos extenso que o Pão de Ló, mas mais íngreme: são cerca de 1.230m de altitude, em meio a Serra do Ibitiraquire. A entrada para o morro é gratuita, e há estrutura de banheiros e alimentação. O tempo estimado para subida e descida é de 5h30-6h, e é possível enxergar a Represa do Capivari e outros dois morros que também estão nesta lista. O acesso é feito pela Rod. Régis Bittencourt, sentido São Paulo.

Também parte da Serra do Ibitiraquire, o Caratuva tem um nível de complexidade um pouco maior que as opções anteriores, mas também possível e acessível para iniciantes. São 1.860m até o topo, caminhando entre as árvores de um dos trechos mais preservados de mata atlântica. O acesso também é feito pela Fazenda Pico Paraná, e a trilha passa pelo acesso ao Morro do Getúlio. Por ser o segundo pico mais alto do sul do país, a vista do cume é privilegiada, sendo possível avistar os outros picos da mesma serra, pontos do conjunto Marumbi, e também espécies de plantas nativas. O tempo estimado para o percurso total é de 8 horas, e é preciso estar em boas condições para longas caminhadas.

Uma opção um pouco mais complexa e que exige um pouco mais de quem fizer a trilha, o Morro do Canal é a primeira das trilhas e subidas do Parque Estadual do Marumbi, que fica em Piraquara. São cerca de 1.360m de altitude, e uma trilha de cerca de 4 horas entre subida e descida, de caminhada leve-moderada, com escadas e alguns pontos com grampos, para facilitar na subida. O local fica em uma propriedade particular, e há cobrança de R$10 por carro. Em contrapartida, há banheiros e estrutura de alimentação. Durante a subida, há ‘janelas’ – espaços na mata que permitem observar a paisagem – e do cume é possível avistar Piraquara e Curitiba, as represas da região e a baía de Antonina. Próximo do topo também há uma gruta.

Também na linha dos mais exigentes, o Morro do Anhangava se localiza em Quatro Barras, na mesma região do Pão de Ló (Serra da Baitaca). Por ter uma base do IAP na área, há estrutura de banheiros e segurança. A trilha leva cerca de 6 horas para subida e descida, e conta com trechos de escalada por grampos, em que é preciso orientação e acompanhamento de pessoas especializadas. O Anhangava tem cerca de 1.450m e é considerado um dos principais campos-escola de montanhismo no Paraná. Do cume, é possível enxergar a baía de Paranaguá e o conjunto Marumbi. Há uma cachoeira em um dos trechos, que também pode ser aproveitada.

O último da lista é junto com o Pico Paraná e o Caratuva um dos mais altos do estado. Por ser parte do mesmo complexo, o acesso é feito também pela trilha do Morro do Getúlio e do Pico Caratuva – há indicações para qual caminho pegar. A caminhada até o cume leva cerca de 4 horas, então é interessante que seja feita cedo, para evitar descer quando estiver escuro. O topo permite avistar os morros Tucum e Camapuã, também destaques entre os mais altos do estado do Paraná.

Em todas as opções ou mesmo para as que não estão na lista, Viviane lembra da importância de se cuidar e cuidar do local. “Para quem nunca foi, o ideal é ir acompanhado, e seguir as regras de mínimo impacto à natureza – preservar a mata, seguir a trilha estabelecida. Também é importante levar itens básicos, como apito, lanterna, celular carregado, lanche, água, e não esquecer de repelente e protetor solar“, explica.

Serviço:

Acesso: Saindo de Curitiba, pegar a Rod. Régis Bittencourt (BR-116), sentido São Paulo. Cerca de 40 km após o Trevo do Atuba (km 48), na ponte sobre o Rio Tucum (km 46), há uma estrada de terra ao lado direito, que dá acesso à trilha.

Valores: sem custo

Aberto diariamente, 24h

Acesso: Saindo de Curitiba, pegar a BR-277 sentido litoral, e fazer o último retorno antes do pedágio. Pegar a primeira à direita, em uma estrada de chão, e seguir placas indicativas.

Valores: R$10 por carro

Acesso: Rua Izahir Lago, 1586 – Quatro Barras, PR

Valores: sem custo

Aberto diariamente, 24h