Saúde e Bem-Estar

Redação

O que você deve saber sobre obesidade para não fazer parte da estatística alarmante

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11/10/2018 07:00
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Neste Dia Mundial da Obesidade, confira mitos e verdades com relação à condição (Foto: Lafaiete do Vale / Agência de Notícias Gazeta do Povo) | Gazeta

No Brasil, a obesidade já é uma realidade para quase 20% da população adulta, segundo dados divulgados este ano pela Pesquisa de Vigilância de Fatores de Risco e Proteção de Doenças Crônicas (Vigitel), do Ministério da Saúde. Quando se trata de sobrepeso, os índices são ainda mais preocupantes: mais de 50% da população está acima do peso considerado ideal.
Neste Dia Nacional de Prevenção a Obesidade, data lembrada sempre no dia 11 de outubro, listamos os dados mais recentes sobre a doença, além dos mitos e verdades relacionados a condição:

Falta de rotina alimentar é um dos motivos

Não ter horários certos para comer, se alimentar sem prestar atenção no que está fazendo e negligenciar frutas, legumes e hortaliças no prato são alguns dos motivos apontados pelos médicos e nutricionistas para o ganho de peso. Essa rotina ajuda o corpo a se habituar a receber os nutrientes necessários; assim, ele não precisa “avisar ao cérebro” que está precisando de energia com urgência, deixando hormônios equilibrados.

Atividade física de menos

Outra explicação é a atividade física insuficiente: segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), 47% dos brasileiros não praticam exercícios regularmente. Além de colaborar para o agravamento de doenças, como as cardiovasculares e também a obesidade, 1,4 bilhão de adultos correm o risco de agravar problemas de saúde por fazerem pouco exercício. Adotar outros meios de locomoção ao trabalho ou se engajar junto com a família são algumas medidas para sair do sedentarismo.

Ultraprocessados em excesso

O que antes era uma exceção virou regra: o acesso a produtos como bolachas recheadas, refrigerantes, salgadinhos, macarrão instantâneo e sucos artificiais ficou cada vez maior, e mais barato. Esses alimentos criados pela indústria, repletos de sal, açúcar e gordura para aumentar a sua palatabilidade, são considerados um dos “vilões” do aumento da obesidade — tanto que países como o Chile são considerados referência em alertar a população sobre as consequências que uma alimentação baseada neles pode acarretar.
Além de observar os ingredientes (a Anvisa quer que se adote como norma rótulos de advertência), é importante deixá-los para momentos esporádicos e basear a alimentação em alimentos in natura, respeitando a cultura alimentar brasileira.

Millennials serão mais obesos que os próprios pais

Jovens chamados de millennials – nascidos entre os anos de 1980 e 1990 – serão, até a meia idade, mais obesos que em comparação à geração anterior, os Baby Boomers. A afirmação veio de uma pesquisa britânica, a Cancer Research UK, que ressaltou, inclusive, que o aumento no sobrepeso e obesidade surge apesar da fama de os millennials seguirem tendências fitness e de alimentação mais saudável – e isso tem uma razão de ser.
A maioria das propostas de dietas e exercícios físicos se mostra difícil de manter a longo prazo. Exemplo disso são as academias e o fenômeno do verão: as pessoas buscam os exercícios com o objetivo de emagrecer e não pela saúde, abandonando tão logo consigam atingir os resultados, ou quando eles demoram a vir.

Paraná tem mais de 150 mil crianças com obesidade grave

Entre 2008 e 2015, a quantidade de bebês (entre 0 a 5 anos) e crianças (entre 5 a 10 anos) que apresentavam sobrepeso, obesidade e obesidade grave só aumentou. Em 2016 houve uma leve redução, mas que não deixa nenhum especialista mais tranquilo.
Naquele ano, 150 mil crianças, entre 5 e 10 anos, tinham obesidade considerada grave. Os números foram coletados no Sistema de Vigilância Alimentar e Nutricional (SISVAN) do Ministério da Saúde.
A culpa para tais números não está apenas na questão alimentar — embora a parte que cabe aos alimentos ultraprocessados seja também significativa –, mas também nos pais e nos hábitos que eles levam para a vida.
Ao estarem longe de casa e das cozinhas, os pais ensinam os filhos que se alimentar não exige sacrifícios, e que o mais fácil pode ser melhor para a saúde. Com isso, alimentos como macarrão instantâneo, biscoitos, bebidas açucaradas são inseridas cada vez mais cedo na rotina alimentar.

Menos saudáveis? nem sempre

Aceitar o próprio corpo e aceitar a obesidade são questões diferentes, mas importantes. Enquanto a primeira diz respeito à autoestima, aceitar a obesidade é vista com receio pelos especialistas em saúde pública. O temor é que essa “aceitação da gordura” afete, principalmente, os gastos gerados pelas doenças crônicas associadas ao excesso de peso, como problemas cardíacos, diabetes e alguns tipos de câncer.
Isso não significa, no entanto, que o corpo fora dos padrões estéticos que ditam o que é “bonito” ou “aceitável” seja doente. Pelo contrário. Em um estudo publicado na revista Applied Physiology, Nutrition and Metabolism, os pesquisadores concluem que as pessoas acima do peso podem ser saudáveis, viver tanto quanto as magras e ser menos propensas a desenvolverem problemas cardiovasculares.  Mesmo assim, outras pesquisas afirmam que o excesso de gordura corporal aumenta o risco de diabetes e de determinados tipos de cânceres, como o de pâncreas.
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