Saúde e Bem-Estar

Amanda Milléo

“Milagrosa”, Dieta Dukan emagrece rápido, mas não deve ser recorrente

Amanda Milléo
14/09/2017 08:00
Thumbnail

Baseada em alimentos ricos em proteína, a dieta Dukan tem pontos positivos e negativos. Confira! (Foto: Bigstock)

A dieta da moda dos últimos anos é também conhecida por dieta Dukan. Com a promessa de um emagrecimento rápido, as restrições a que propõe realmente ajudam a reduzir peso e medidas, mas também impactam de forma negativa na saúde.
Dividida em quatro momentos, chamados por ataque, transição (ou cruzeiro), consolidação e estabilização, a dieta começa com uma restrição das refeições a apenas proteínas – ou carnes magras e gorduras consideradas boas. Aos poucos (entre dias a semanas) a pessoa vai reintroduzindo outros grupos alimentares, como frutas, verduras e hortaliças em geral. Somente no fim da dieta voltam os carboidratos.
Quem procura uma perda de peso rápida e pontual – seja para ir a um casamento ou um evento social em que você precisa entrar no vestido comprado há 10 anos – a dieta Dukan pode ser uma opção. Mas, apenas nestes casos e nem assim sem colocar o organismo em risco, conforme alerta Jennifer Partika, nutricionista clínica do hospital Santa Cruz.
“A parte boa é que ela te faz perder peso rápido. A parte ruim é que você acaba perdendo massa muscular junto, porque como é muito restritiva, sem carboidrato, o organismo procura energia em outro lugar e acaba encontrando nos músculos”, reforça a nutricionista. Especialmente no início, o organismo não tem a oportunidade de absorver nutrientes muito necessários, o que acaba impactando negativamente na saúde.
Reduzir a ingesta de carboidratos tende a diminuir os níveis de serotonina, gerando irritabilidade, dispersão, ansiedade e até mesmo insônia. As dietas ricas em proteínas podem também causar desconforto gástrico, sobrecarregar os rins e atuar nos níveis de colesterol LDL, o chamado colesterol “ruim”.
Flacidez e efeito sanfona
Embora a restrição alimentar ajude na perda de peso rápido, não é incomum que as pessoas fiquem também flácidas, pela perda da massa muscular. “Você pode até tentar fazer academia enquanto passa pela dieta, mas sem o carboidrato o seu corpo não responde da mesma forma. Você fica mais fraca, sem tanta energia, e flácida”, alerta a nutricionista.
Outro cuidado, ressaltado pela profissional, é que a redução de carboidrato no organismo gera hipoglicemia – redução do açúcar no sangue. Isso pode levar ao desmaio.
Outro lado negativo é o conhecido efeito sanfona – bem comum nessas dietas muito restritas. “Como não é uma dieta muito fácil de seguir, a pessoa faz, emagrece, fica feliz. Depois ela cansa, volta a comer e engorda de novo. Aí ela tenta de novo, emagrece, e entra no ciclo. Acontece que eventualmente o corpo para de responder, porque ele se acostuma a essa restrição”, diz.
“Embora as pessoas ainda peçam pela dieta Dukan, hoje em dia usamos mais a low carb, que é uma adaptação dessa dieta da proteína. Na low carb, o paciente consome carboidrato, mas é na quantia calculada para o seu organismo, a quantidade que você realmente precisa”, reforça a especialista.
Passo a passo
Confira as etapas e o que cada fase da dieta Dukan propõe, relatadas no livro “Eu não consigo emagrecer”, do autor da dieta dr. Pierre Dukan:
Dieta de ataque: primeira fase
Alimentos: proteínas puras
Duração: 5 dias, em média
Dieta de cruzeiro: segunda fase
Alimentos: alternância de proteínas, adição de legumes verdes ou cozidos
Duração: uma semana por quilo perdido
Dieta da consolidação do peso perdido: terceira fase
Alimentos: alternância de proteínas, legumes e abertura a outros grupos alimentares, como frutas, pão, queijo e alguns farináceos
Duração: 10 dias por quilo perdido
Dieta da estabilização definitiva: quarta fase
Alimentos: quinta-feira com proteínas, 3 colheres de farelo de aveia na alimentação rotineira e associação com atividades físicas, chamada de “recusa do elevador”
Duração: indeterminado
LEIA TAMBÉM