Como explicar para os filhos que o presente de Natal poderá ser mais barato

O salário de 2015 não acompanhou o preço dos presentes de Natal que as crianças pediram e isso não precisa ser um problema de fim de ano. Mesmo com 7 ou 8 anos, os pequenos conseguem entender quando a situação econômica da família (e do país!) não está muito boa e os pais devem aproveitar a oportunidade para ensiná-los sobre economia doméstica.

“Não precisa pintar um cenário horroroso, mas o filho depois dos 7 anos tem condição de entender que as coisas mudaram, que o pai perdeu o emprego, que o dinheiro diminuiu, que a ida ao mercado não é igual a antes e que o presente desse ano pode não ser aquele brinquedo que ele queria. Isso faz parte da educação financeira”, garante Ana Paula Cherubin, diretora do setor de Ciências Sociais Aplicadas da Universidade Federal do Paraná (UFPR).

Comece a “aula” quando forem decorar a casa. O aumento na conta de luz pode não permitir luzes na janela e no pinheirinho ou nas árvores em frente a casa. Mostre para as crianças que elas precisam escolher onde vai ser posta a luzinha. Dê a mesma lição na hora de escolher os presentes para outros membros da família. “A internet é um canal fantástico para pesquisa de preço. O mesmo produto pode ter uma variação de preços muito grande entre as lojas e as crianças podem aprender desde cedo a economizar”, afirma Jackson Teixeira Bittencourt, coordenador de economia da Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR).

Na hora de escolher o presente delas, explique que os salários dos pais são limitados e que precisam ser divididos entre contas, obrigações e os presentes. “Se ainda assim a criança quiser um brinquedo mais caro, pratique a ideia da poupança. Ensine-a que, se guardar dinheiro todo mês no próximo ano, quando chegar o Natal novamente ela terá o que precisa para comprar o brinquedo. Ela começa a entender que guardar dinheiro é um sacrifício e essa é uma lição de longo prazo que as crianças precisam ter”, diz Bittencourt.

Presente para todos
Para economizar ainda mais, divida com a criança a ideia de presentear toda a família com um único presente. Pode ser desde um jogo de tabuleiro que todos possam participar, um jogo de vídeo game que todos gostem ou mesmo um passeio, se a situação financeira permitir. “Uma viagem pode ser uma boa alternativa, se a família tiver um poder aquisitivo maior. A família está planejando uma viagem para a praia no início do ano, pode ir a um parque de diversões ou um parque aquático e isso vira o presente de todos”, diz Bittencourt.

Equilíbrio
Não vale abrir mão do brinquedo da criança e continuar com gastos supérfluos dentro de casa. “As crianças percebem e vão questionar por que o brinquedo dela não pode vir se a mãe continua gastando R$ 200 no cabeleireiro, por exemplo. Tem que ser um sacrifício de todos para que a lição seja aprendida”, explica Ana Paula Cherubin, diretora do setor de Ciências Sociais Aplicadas da UFPR.