Saúde e Bem-Estar
OMS quer que filmes com cenas de cigarro sejam classificados como proibidos para crianças
Cruela, do filme 101 Dálmatas, é um dos exemplos de uso de cigarro em filmes infantis (Foto: Reprodução)
Filmes que mostram pessoas fumando ou mexendo com cigarro instigam milhões de jovens do mundo todo a começarem a fumar. A conclusão é da terceira edição do relatório da Organização Mundial da Saúde, WHO Smoke-Free Movies Report – From evidence to action (Relatório sobre filmes sem cigarro – da evidência à ação, em tradução livre), lançado nesta semana (1/02).
Personagens de filmes que fumam representam 37% de novos adolescentes fumantes, de acordo com as pesquisas investigadas nos Estados Unidos. Dados de 2014 do Centro de Controle de Doenças norte-americano (CDC, em inglês), estimam que apenas nos Estados Unidos, a exposição ao cigarro na tela do cinema pode ter recrutado mais de seis milhões de jovens fumantes. Destes, dois milhões possivelmente morrerão de doenças induzidas pelo cigarro, como câncer de pulmão.
Para evitar essa exposição, a OMS pede que os governos classifiquem os filmes que retratam o uso do cigarro como não apropriados para jovens. “Com restrições firmes nas propagandas de cigarros, os filmes continuam como os últimos canais que expõem milhões de adolescentes ao imaginário do cigarro sem restrições”, afirmou em comunicado da OMS, Douglas Bettcher, diretor do departamento de prevenção de doenças não comunicáveis da organização.
A expectativa é de que, com uma classificação mais rígida, a quantidade de novos jovens fumantes seja reduzida a 1/5.
Quais filmes?
Cerca de 44% dos filmes de Hollywood, em 2014, tinham cenas com cigarro, e 36% eram classificados para crianças e jovens. Na América Latina, Argentina e México são dois países que costumam incluir cenas de cigarro nos filmes. Nove em cada 10 filmes argentinos mostram cigarro – o mesmo dado vale para Islândia. Alemanha, Itália, Polônia, Holanda e Reino Unido também precisariam de uma reclassificação etária, de acordo com OMS.
Brasil
No Guia Prático da Classificação Indicativa, de acordo com a Procuradoria dos Direitos do Cidadão, do Ministério Público Federal, em uma classificação livre, que não expõe as crianças a conteúdos potencialmente prejudiciais, é possível filmes que apresentem consumo moderado de drogas lícitas.
“A tendência é aplicada quando são apresentadas cenas irrelevantes para a atrama com consumo moderado de drogas lícitas em situações sociais, sem que se apresentem efeitos relacionados ao consumo das drogas (embriaguez e abstinência). Exemplo: cigarro em happy hour, espumante no ano novo, vinho no jantar, etc”, apresenta o documento.
