Saúde e Bem-Estar

Bebês gêmeos à vista?

Carla Rocha
28/03/2015 00:13
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Desejada (ou temida) pelas mães, a probabilidade da gestação de gêmeos, por meio natural e influenciada por fatores genéticos hereditários, é de 0,5%. A transformação natural, e  ao acaso,  dos embriões é a principal razão para ela acontecer.
Existem dois tipos de gestação gemelar, a monozigótica (o óvulo fecundado se divide e os gêmeos são idênticos), atribuída ao acaso, e a dizigótica (fertilização de dois óvulos por dois espermatozoides, gerando gêmeos não idênticos). A herança familiar está relacionada aos dizigóticos, ou não-idênticos, quando a mulher tem predisposição para liberar dois óvulos em um mesmo ciclo, e que geram embriões distintos ao serem fecundados.
Essa herança genética justifica as teorias sobre gestações de gêmeos pularem gerações, diz o obstetra responsável pelo setor de obstetrícia e ginecologia do Hospital de Clínicas da UFPR, Denis Nascimento. “Quando há gêmeos não idênticos em uma família, a chance de acontecer um novo caso é maior do que em famílias sem história de gestações gemelares, mas não é uma regra”, diz.
A idade materna (muito nova ou bem mais velha) e ter tido um número maior de gestações são fatores que influenciam a ocorrência de gestações gemelares.
Multiplicação in vitro
Na fertilização assistida ou in vitro, as chances de gêmeos são bem maiores. “Um em cada quatro casos”, diz o geneticista do Hospital Nossa Senhora das Graças, Salmo Raskin. Isso ocorre por serem implantados vários embriões, aumentando as chances de sucesso, já que é da natureza da mulher “eliminar” embriões, mesmo no método natural.
Nesses casos de fertilização, preponderam os dizigóticos, mas casos de monozigóticos também existem, com o dobro da probabilidade em comparação ao método natural. “Ao colocar o espermatozoide, rompe-se a membrana do óvulo, o que pode propiciar que ele se divida com mais facilidade. O meio de cultura (uma solução) em que o embrião fica antes de ser implantado também pode influenciar na divisão”, afirma.
Confirmado
Cada feto a mais no útero corresponde, no geral, a um mês a menos de gravidez. Sendo assim, gêmeos podem nascer por volta das 36 semanas e com peso médio de 2,5 kg. O obstetra Denis Nascimento afirma que a gravidez gemelar é de alto risco. “Pode ocorrer a morte de um dos bebês no início da gestação, há maior incidência de aborto espontâneo (10% a 15% abortam), a prematuridade e o trabalho de parto antes do tempo são certos, o que apresenta riscos tanto para a mãe quanto para os bebês”, explica.
O parto
Parto normal é menos comum, mas é possível. Existem casos em que um nasce de parto normal e o outro precisa ser de parto cesárea. Depende da posição dos bebês e da condição da mãe.