Saúde e Bem-Estar

Amanda Milléo

Doença que acometeu Simaria é a mais comum depois da tuberculose no pulmão

Amanda Milléo
18/04/2018 17:00
Thumbnail

Simaria terá de se afastar dos palcos por 30 dias; cantora também foi jurada do programa The Voice Kids. Foto: Raphael Dias /Gshow. | Anderson Barros

A cantora Simaria, da dupla Simone e Simaria, anunciou que vai se afastar por 30 dias dos palcos por conta da reativação de uma doença não tão conhecida: a tuberculose ganglionar.
Embora a tuberculose mais conhecida seja aquela cuja bactéria, a Mycobacterium tuberculosis ou bacilo de Koch, ataca o pulmão, não é impossível que a infecção atinja qualquer outro órgão, como a pleura, coração e os próprios gânglios. Trata-se, portanto, do mesmo agente causador, mas em locais diferentes do corpo.
Chamada de tuberculose extrapulmonar, a ocorrência é mais comum em pessoas cujo sistema imunológico esteja comprometido, seja por outra infecção ou doença. Há estudos, inclusive, que associam uma maior presença da TB (tuberculose) fora do pulmão entre os idosos e pessoas que usam frequentemente medicamentos imunossupressores — que também prejudicam as defesas.
Embora atinja um órgão diferente, a tuberculose ganglionar apresenta sintomas muito semelhantes à tuberculose tradicional, como febre, perda de peso, suor à noite, que indicam que o organismo está trabalhando contra uma infecção.

“Alguns dos sintomas são bem específicos. Por exemplo, do tipo ganglionar, tem um aumento dos gânglios, chamados de linfonodos”, explica Vanessa Strelow médica infectologista do serviço de controle de infecção hospitalar do hospital São Vicente e médica do hospital Oswaldo Cruz.

Como os sintomas também se assemelham a outras infecções, é importante que os especialistas em saúde tenham em mente as manifestações da tuberculose para que o diagnóstico seja confirmado. “É uma situação ainda mais prevalente em pessoas que vivem em locais fechados e com menor acesso à saúde, mas pode acometer qualquer pessoa”, reforça a médica.

Tratamento do começo ao fim

Assim como na tuberculose tradicional, a ganglionar exige um comprometimento do paciente com o tratamento do início ao fim. São indicados medicamentos antibióticos específicos na eliminação das bactérias causadoras da tuberculose, os bacilos de Koch.
O tratamento leva, em média, seis meses e é necessário que seja feito até o fim para evitar a reativação da doença. “Se a pessoa entrar em contato de novo com as bactérias, o tratamento procurará evitar essa volta da doença”, explica a infectologista.

BCG não evita a doença 

A vacina BCG, aplicada logo no primeiro mês de vida, não evita que a pessoa desenvolva a tuberculose ao longo da vida. O objetivo dessa primeira vacinação é que as crianças, mesmo em contato com as bactérias, não desenvolva formas graves da tuberculose, que poderiam impactar negativamente no desenvolvimento do bebê.
“A vacinação não evita que a pessoa tenha a tuberculose quando chegar na fase adulta, mas ela previne as formas graves da doença. Não existe vacina que proteja contra a doença para a vida toda”, diz Vanessa.
LEIA TAMBÉM