Saúde e Bem-Estar
Carolina Kirchner Furquim, especial para a Gazeta do Povo
Quando é a hora de se aposentar do volante?
Saiba quais são os sinais e como conversar com o idoso sobre a ideia de parar de dirigir (Foto: Bigstock)
“Nos idosos, observa-se uma baixa acuidade visual, visão noturna e percepção de profundidade reduzidas, maior sensibilidade para brilho, redução de força muscular e da flexibilidade em pescoço e tronco, tempos de respostas mais lentos, menor capacidade de dividir atenção entre tarefas, filtrar estímulos sem importância e fazer julgamentos rápidos”, justifica.
O motorista deve ser capaz de realizar uma série contínua de movimentos musculares complexos e com grande precisão, sob quaisquer que sejam as condições do clima e das vias, razão pela qual se torna importante observar a performance ao volante.
Maiores taxas de violação de trânsito (conversão proibida à esquerda, mudança de faixa, desrespeito ao sinal vermelho e desvios). Percebendo suas dificuldades, tendem a evitar dirigir à noite, grandes distâncias, condições climáticas adversas e rodovias.
A educação e autoavaliação são ferramentas importantes para ajudar o motorista a tomar consciência das mudanças em suas próprias habilidades. Isso conscientiza sobre as limitações na condução e, em última análise, a cessação dela. Mulheres admitem e reconhecem o declínio em seu desempenho de condução mais facilmente e param de dirigir antes que os homens.
A opinião do médico do paciente pode auxiliar a família neste processo, pois além de conhecer as condições de sua saúde, ainda tem uma relação que permite questionamentos e discussões sinceras acerca dos padrões atuais de dirigir do paciente. A família deve intervir apenas quando a direção coloca em risco a integridade física do idoso ou de terceiros. Se o Detran o tenha considerado inapto, a família deverá desmobilizá-lo. Muitas vezes o cônjuge minimiza os riscos da continuidade da direção, para ambos não perderem a independência, já que se um deles for privado da direção passarão a depender de outras pessoas. A substituição por um serviço seguro de táxi ou de acompanhantes motorizados nem sempre está dentro do orçamento.
Apontar os riscos no trânsito e conversar sobre o processo de envelhecimento e o impacto na direção veicular podem tornar a transição mais leve e menos traumática, o que minimiza o risco de depressão pela perda da função. Pode haver uma negociação temporária, não colocando como definitivo o processo, a menos que haja inaptidão pelo Detran e risco iminente à segurança.
Crônicas que atrapalham
- Doenças da visão, como catarata, retinopatia diabética, degeneração macular e glaucoma
- Doenças cardiovasculares, como angina de peito e insuficiência cardíaca
- Doenças respiratórias, como apneia do sono e DPOC
- Doenças neurológicas, como comprometimento cognitivo leve, demência e Parkinson
- Doenças psiquiátricas, como depressão e psicose
- Doenças metabólicas, como hipoglicemia e as músculo-esqueléticas