Saúde e Bem-Estar

Carolina Furquim, Especial para a Gazeta do Povo

Queimação no estômago? Evite estes alimentos e fuja do omeprazol

Carolina Furquim, Especial para a Gazeta do Povo
07/04/2019 15:00
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O fator chave para o surgimento de crises é a ingestão de alimentos para os quais o paciente já tem sensibilidade aumentada. Foto: Bigstock

Caracterizada pela inflamação da mucosa gástrica, a gastrite, popularmente conhecida por “queimação no estômago”, se apresenta através de dor no alto da barriga e pode ser acompanhada também de náuseas e vômitos. A condição pode ser crônica (causada pela bactéria Helicobacter pylori e geralmente de apresentação subclínica, quando o paciente vai “levando” esse desconforto) ou aguda (com surgimento repentino e evolução para melhora em poucos dias).
O tipo agudo é muito mais marcante e desencadeado por agentes como estresse, álcool, tabaco e uso de antiinflamatórios e outros medicamentos. Entretanto, o fator chave para o surgimento de crises é a ingestão de alimentos para os quais o paciente já tem sensibilidade aumentada.

Uma vez diagnosticada a gastrite, algumas comidas e ingredientes, capazes de potencializar a inflamação e também aumentar o estímulo à produção de ácido clorídrico no estômago, devem ser riscados do cardápio.

No momento da crise, pode ser inevitável recorrer a medicamentos específicos, que promovem a sensação de conforto.
Inibidores da bomba de prótons são comumente usados para tratar sintomas do refluxo gástrico ou mesmo para proteger o estômago de outros remédios (Foto: Bigstock)
Inibidores da bomba de prótons são comumente usados para tratar sintomas do refluxo gástrico ou mesmo para proteger o estômago de outros remédios (Foto: Bigstock)
Porém, poucas pessoas precisam tomar inibidores da bomba de prótons, sendo o mais conhecido o omeprazol, por um tempo maior que quatro semanas. Mas não é incomum encontrar quem faça uso do medicamento há anos pela percepção de uma melhora rápida que ele traz. Embora muitos não percebam, os benefícios são logo substituídos pelos efeitos colaterais e retirar o remédio da rotina desses pacientes é uma luta difícil, que nem sempre se ganha. Esta matéria do Viver Bem explica a situação.
Para controle em longo prazo – evitando até mesmo que a gastrite evolua para complicações, como as úlceras –, o acompanhamento nutricional adequado é indispensável. Saiba o que evitar e consumir para controlar a gastrite:

Evite

> Condimentos e alimentos com corantes e conservantes, em geral
> Pimentas vermelhas, pimenta-do-reino e pimenta biquinho (embora mais suave, esse tipo também contém agentes irritantes da mucosa do estômago)
> Leguminosas como o feijão (exceto o caldo), cuja fermentação compromete a parede estomacal
> Bebidas estimulantes como café, chá preto, chá mate, álcool, refrigerantes e bebidas achocolatadas
> Temperos, extrato de tomate, caldos, molho shoyu e molhos prontos para saladas
> Embutidos
> Doces
> Frutas cítricas (como abacaxi, limão e laranja, exceto a lima)
> Vinagre
> Oleaginosas

Consuma

> Condimentos e temperos naturais, como salsinha e cebolinha
> Chás “da vovó”, como camomila e erva cidreira
> Sucos de frutas não concentrados
> Muita água (seu pH ajuda a diminuir a acidez do órgão)
> Carnes magras
> Gelatinas
> Frutas não ácidas, como banana, maçã, mamão e laranja lima
> Purês de batata-salsa e batata-doce
> Mandioca
> Inhame
> Arroz branco
> Vegetais e ovos cozidos
O preparo é fundamental
O processo de cocção é aliado no controle e prevenção da gastrite. Alimentos que foram fritos ou empanados, por exemplo, aumentam a secreção de suco gástrico durante a digestão. Por isso, a preferência deve ser sempre por alimentos bem cozidos, assados ou grelhados, com quantidades moderadas de óleo na preparação. Nas carnes, retirar a gordura aparente e as peles, também ajuda na recuperação do estômago.
E o leite?
O conhecimento popular diz que o leite ajuda a controlar a inflamação e a dor causadas pela gastrite. Porém, seu consumo só resulta em uma melhora imediata em função da chegada do alimento ao estômago. O agravamento da gastrite não deve demorar, uma vez que, por fazer parte dos alimentos proteicos, sua digestão é trabalhosa e assemelha-se à das carnes.
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