Saúde e Bem-Estar

Rafael Adamowski, especial para a Gazeta do Povo

Como calcular a “idade” do bebê prematuro

Rafael Adamowski, especial para a Gazeta do Povo
01/09/2016 09:00
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Os bebês prematuros são considerados mais jovens do que os nascidos de 40 semanas. Isso resume o conceito de Idade Gestacional Corrigida e ajuda a compreender porque sentar, engatinhar, falar e andar podem ocorrer em momentos diferentes durante o desenvolvimento de um bebê prematuro em relação a outro que nasceu na idade gestacional correta.
A idade corrigida (IC) é adaptada ao grau de prematuridade, levando em consideração a idade que o bebê teria se tivesse nascido de 40 semanas. Por exemplo, um bebê que nasce com 35 semanas e está com 2 meses de vida, tem idade cronológica de 2 meses, mas a IC é de 3 semanas (2 meses=8 semanas, mas faltavam 5 semanas para o prematuro completar 40, logo restaram 3 semanas). Dessa forma, a IC é definida a partir do desconto da idade cronológica do prematuro das semanas que faltaram para se completar a idade gestacional no nono mês.
A realização do pré-natal é importante para o acompanhamento clínico durante toda a gestação. Também devem ser realizados exames complementares pelo médico a fim de que seja possível detectar possíveis alterações para que se tomem medidas que evitem o nascimento prematuro.
As crianças prematuras normalmente adquirem suas habilidades de acordo com a sua idade corrigida, mas podem apresentar atrasos de acordo com comorbidades associadas e a estimulação oferecida após a alta. especialistas do desenvolvimento neuropsicomotor são necessários para a detecção de possíveis atrasos. Para garantir um bom desenvolvimento motor e cognitivo é fundamental o diagnóstico precoce. Quanto mais rapidamente se institui o tratamento, melhor o prognóstico.
Em Curitiba existem laboratórios do Sistema Único de Saúde (SUS) que orientam os pais a desenvolverem todo o potencial de seus filhos, como ocorre no Hospital de Clínicas (HC), nas unidades do Mãe Curitibana e na Associação Mantenedora do Centro Integrado de Prevenção (Amcip).
A prematuridade pode ser classificada de duas maneiras:
Terapêutica: ocorre quando existe alguma doença materna ou fetal grave, em que a realização do parto é imperativa para o quadro, como por exemplo: hipertensão materna grave, diabetes descontrolado, alterações de crescimento do fetal, alterações placentárias e de líquido amniótico.
Espontânea: ocorre quando a mãe entra em trabalho de parto antes das 37 semanas de gravidez.
O nascimento prematuro está associado a alguns fatores de risco, dentre eles:
– Ginecológicos e obstétricos: antecedente de parto prematuro, infecções (urinária e do trato vaginal principalmente), alterações hormonais e incompetência do colo do útero; malformações uterinas, cirurgias do colo do útero; presença de anemia.
– Epidemiológicos: uso de drogas, tabagismo, baixo nível socioeconômico, estresse materno.
Antes das 37
É considerado prematuro todo aquele bebê nascido antes de 37 semanas completas. A situação requer muita atenção, pois pode acarretar em grande aumento das taxas de morbidade e mortalidade perinatal. De acordo com dados do Ministério da Saúde do ano de 2012, 340 mil bebês nasceram prematuros no Brasil, uma taxa de 12,4%.
Desenvolvimento posterior
É importante salientar que todo recém-nascido prematuro deve ser acompanhado de forma integral, apostando na neuroplasticidade, ou seja, a possibilidade do sistema nervoso de desenvolver suas propriedades morfológicas e funcionais para aquisição de habilidades, através de novas experiências e estímulos.
Fontes:médicos pediatras Vinicius Zanlorenci, professor na Universidade Federal do Paraná (UFPR), Cristina Okamoto, membro da diretoria da Sociedade Paranaense de Pediatria (SPP), com informações do Centro de Medicina Fetal e Perinatal do Hospital Samaritano de São Paulo.