Arte imitando a vida: como na vida real, o personagem de Alexandre Nero foi submetido ao exame de ressonância magnética para diagnosticar a doença. Fotos: Divulgação.
Depois de a atriz Claudia Rodrigues, que interpretou papéis de humor na tevê, como a Marinete do seriado A Diarista, assumir ter a doença, a esclerose múltipla voltou aos holofotes depois de o personagem Romero Rômulo (Alexandre Nero), de A Regra do Jogo, ter sido diagnosticado com o problema logo nos primeiros capítulos da nova novela das 21 horas.
O nome enigmático esconde uma doença autoimune, ou seja, as nossas próprias defesas encaram o organismo como adversário. A esclerose múltipla ocorre principalmente em mulheres jovens, entre 20 e 40 anos. De causa desconhecida, ela se caracteriza por afetar o sistema nervoso central provocando dificuldades motoras e sensitivas. “Em termos científicos, na esclerose múltipla, as células do sistema imunológico atacam a proteção das células nervosas chamada mielina. Com esta agressão, os sinais elétricos ficam atrasados ou impedidos de serem transmitidos entre os neurônios, causando diversos danos (saiba quais são no box ao lado)”, explica Roberto Carneiro, neurologista do Hospital Alemão Oswaldo Cruz.
Segundo a Associação Brasileira de Esclerose Múltipla (ABEM), apenas cinco mil pacientes recebem o tratamento adequado para a EM no país. Apesar da evolução na medicina e das descobertas na área, ainda é difícil diagnosticá-la precocemente, porque os sintomas se manifestam de formas diferentes em cada pessoa. Apesar disso, alguns sintomas podem acender o sinal de alerta. “Formigamentos de apenas um lado do corpo ou da face, tonturas, diminuição de força nas pernas, visão dupla ou perda visual prolongada, desequilíbrio, tremor devem ser investigados”, orienta Patrícia Coral, neurologista do Hospital Marcelino Champagnat.
Hoje, o grande aliado do diagnóstico é o exame de ressonância magnética. “Trata-se de um exame que produz imagens muito claras do corpo humano. Com isso, é possível visualizar os vários focos de desmielinização”, destaca o médico Nitamar Abdala, chefe do setor de neurorradiologia da UMDI Medicina Diagnóstica, de São Paulo.
Depressão
Em entrevista ao programa Domingo Espetacular, da Record, Cláudia Rodrigues afirmou ter sofrido de depressão e ter pensado em suicídio, após o diagnóstico da doença. Segundo a médica Patrícia Coral, o quadro depressivo é bem frequente nos portadores da doença.
Em entrevista ao programa Domingo Espetacular, da Record, Cláudia Rodrigues afirmou ter sofrido de depressão e ter pensado em suicídio, após o diagnóstico da doença. Segundo a médica Patrícia Coral, o quadro depressivo é bem frequente nos portadores da doença.
“O paciente fica se sentindo inseguro, com a sensação de estar bem e não”, explica a neurologista. Por conta disso, o diagnóstico cedo é o melhor caminho para se viver uma vida com qualidade. “Não se tem ainda nenhuma medicação que promova a cura. Mas os tratamentos estão cada vez melhores e com menos efeitos colaterais. É possível ter qualidade de vida”, conclui Patrícia.
Sintomas
- Confira a seguir os problemas que a doença autoimune pode causar nas pessoas:
- Pequenas turvações da visão ou pequenas alterações no controle da urina.
- Fraqueza.
- Entorpecimento ou formigamento nas pernas ou de um lado do corpo.
- Diplopia (visão dupla) ou perda visual prolongada.
- Desequilíbrio.
- Tremor.
- Descontrole do esfíncter.
