Saúde e Bem-Estar

Guilherme Grandi

Tratamento para parar de fumar é de graça em Curitiba; veja como e onde fazer

Guilherme Grandi
29/08/2018 07:00
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Foto: Pixabay.

Relacionado a um grande número de doenças crônicas e cânceres, o cigarro, que vitima mais de 200 mil pessoas no Brasil (dados do INCA, de 2017) também causa rombos no orçamento da saúde pública: o gasto no tratamento de doenças ligadas ao  tabagismo no Brasil foi de R$ 39,4 bilhões segundo o Ministério da Saúde, dentro de um orçamento total de R$ 110 bilhões. Ou seja, quase 1/3 do orçamento da saúde.
Por outro lado, os impostos gerados com a venda de cigarros somaram R$ 14 bilhões, não cobrindo nem a metade dos custos.
“Se fosse para escolhermos um fator de risco isolado para o adoecimento da sociedade seria o tabagismo. Ele está ligado a uma carga muito grande de doenças, como todas as provocadas no sistema cardiovascular e muitos tipos de câncer”, diz o médico Marcelo Kolling, do Programa de Controle do Tabagismo da Secretaria Municipal da Saúde de Curitiba.
A capital paranaense foi a primeira do país a editar leis de combate ao tabagismo em locais públicos — em 1952 proibiu o fumo nos ônibus do transporte coletivo.

Tratamentos

Largar o vício também não é simples ou barato — mas existem alternativas gratuitas para quem quer deixar de fumar. Em Curitiba, os programas sem custos são oferecidos pela Prefeitura de Curitiba e Universidade Positivo.
Só no ano passado, o Ministério da Saúde gastou R$ 39,4 bilhões no tratamento de doenças decorrentes do tabagismo. Foto: VisualHunt.
Só no ano passado, o Ministério da Saúde gastou R$ 39,4 bilhões no tratamento de doenças decorrentes do tabagismo. Foto: VisualHunt.

Veja quais são os tratamentos gratuitos:

Programa de Controle do Tabagismo
Oferecido pela Secretaria Municipal da Saúde, tem duração de três a seis meses e consiste em terapia em grupo e medicamentos. Marcelo Kolling explica que as primeiras quatro semanas são voltadas para uma abordagem mais comportamental, em que a pessoa expõe o vício e as barreiras enfrentadas para parar de fumar.
“Essa parte é muito importante, significa praticamente a metade do tratamento. Embora a terapia em grupo seja mais eficaz, a pessoa também pode fazer individualmente caso não se sinta à vontade”, explica. Esta etapa é de uma reunião por semana, mas o paciente precisa se comprometer a comparecer a todos quatro encontros.
Já entre a segunda e a terceira semana, o participante é estimulado a marcar uma espécie de “Dia D” em que vai parar de fumar. Kolling explica que é para ser assim mesmo: de forma abrupta e marcante.
“É nesta etapa do tratamento que a gente começa o uso de medicamentos: um que faz a retirada gradual da nicotina do organismo – adesivo ou goma de mascar para suprir a falta do cigarro de uma hora para outra, e a bupropiona, que trata da compulsão pelo fumo”, completa.
O programa, que começou na década de 1990, atende em média 2 mil pessoas por ano e tem uma taxa de reincidência na faixa de 50% após seis meses. O médico diz que, depois desse tempo, as pessoas acabam deixando de fazer contato com a Secretaria ou não informam se tiveram recaídas.
Para participar do tratamento gratuito basta procurar uma das 111 unidades básicas de saúde da Prefeitura de Curitiba. Outras informações estão disponíveis pelo telefone (41) 3350-9429.
O médico Marcelo Kolling explica que 90% dos fumantes tem vontade de largar o vício, mas poucos aceitam encarar a abstinência do tratamento. Foto: VisualHunt.
O médico Marcelo Kolling explica que 90% dos fumantes tem vontade de largar o vício, mas poucos aceitam encarar a abstinência do tratamento. Foto: VisualHunt.
Grupo de Tratamento ao Tabagismo
Na Universidade Positivo, os estudantes do curso de psicologia atendem gratuitamente a comunidade com um programa composto de técnicas específicas que auxiliam quem deseja parar de fumar. O grupo é desenvolvido desde 2017 por temporadas.
Neste ano, as atividades começam nos primeiros dias de setembro (a data ainda não foi confirmada) e terão oito encontros semanais. A coordenadora adjunta do curso e coordenadora do projeto, Marina Machado, fala que a ideia é atender a comunidade que não tem recursos financeiros para bancar um tratamento.
“É por meio dessas atividades que os alunos adquirem mais experiência prática e, com a supervisão adequada, conseguem ajudar quem precisa e não tem condições de pagar pelo tratamento”, afirma.
As inscrições já estão abertas e podem ser feitas pelo telefone (41) 3317-3266, ou pessoalmente no Centro de Psicologia da Universidade Positivo – bloco amarelo (Rua Prof. Pedro Viriato Parigot de Souza, 5300, Cidade Industrial). Os encontros serão realizados sempre as segundas-feiras, às 19h.
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