Ainda dá tempo de tratar a pele para o verão; veja os procedimentos mais adequados

Faltando poucas semanas para o verão e, com a pele inevitavelmente mais exposta durante os meses de altas temperaturas, é grande o aumento na busca por tratamentos estéticos nessa época – especialmente entre quem não foi muito disciplinado nos cuidados ao longo do ano. A boa notícia é que ainda dá tempo de reverter alguns danos e melhorar a aparência e textura da pele do rosto e corpo. Porém, há tratamentos mais intensos e agressivos que devem ficar somente para depois do carnaval, pois demandam preparo maior e envolvem ácidos mais fortes.

Logo de início, o melhor procedimento é sempre a limpeza de pele, que deve ser continuada em casa com produtos específicos para cada paciente, à noite e pela manhã. Ela desobstrui os poros e faz uma preparação para receber clareadores dermocosméticos próprios para a primavera e o verão, ideais para a transição entre as estações. São produtos responsáveis por suavizar ou até mesmo eliminar manchas, uma ocorrência comum em mulheres, especialmente aquelas em idade fértil, e desencadeada por inúmeros fatores – da inclinação genética à exposição solar.

Também podem ser iniciados comprimidos antioxidantes que potencializam o efeito do filtro solar e reduzem os danos e os efeitos nocivos causados pela exposição excessiva ao sol (especialmente o envelhecimento). Eles comprovadamente contribuem para um bronzeamento mais saudável, graças às substâncias fotoprotetoras presentes na formulação.

Peelings e tratamentos a laser mais leves e superficiais, principalmente aqueles para eliminar células mortas, manchas e vasos, estão liberados. Peelings mais agressivos devem esperar. Para quem tem pressa, o ultrassom microfocado com laser Ulthera, que combate a flacidez com muita eficiência de modo não-cirúrgico, tem resultados e recuperação mais rápidos.

Alguns tratamentos específicos para celulite e gordura localizada, com a utilização de radiofrequência e carboxiterapia (uma técnica que consiste na aplicação de gás carbônico sob a pele, de modo a promover a destruição mecânica da célula de gordura) também estão em tempo.

Pessoas com melasma ou rosáceas também podem controlar essas manifestações para ter uma pele mais uniforme no verão. O melasma, que se caracteriza por manchas acastanhadas quase sempre no rosto, é altamente influenciado pela exposição ao sol e calor. Gestantes e mulheres que fazem uso prolongado de anticoncepcionais também podem sofrer com as manchas, que não têm cura, mas respondem muito bem a tratamentos de controle.

Essas manchas podem se beneficiar de cuidados iniciados em casa, como a aplicação de cremes à base de ácido retinoico e clareadores. As vitaminas C e E tópicas são ótimos antioxidantes e potencializam o efeito do filtro solar, reduzindo o surgimento dessas manchas.

Casos mais resistentes de melasma encontram na Indução Percutânea de Colágeno com Agulha (IPCA) uma melhora satisfatória. O procedimento é realizado com anestesia local tópica e, como o próprio nome sugere, é realizado por microperfurações na pele que induzem um processo inflamatório local, estimulando a produção de colágeno. As pequenas perfurações reduzem a pigmentação de manchas de melasma, estabilizando-as. De modo geral, o IPCA também reduz cicatrizes de acne, suaviza rugas e melhora poros e a textura geral da pele.

Para quem sofre com as rosáceas — uma vermelhidão que se manifesta quase sempre na parte central do rosto, às vezes acompanhada de inchaço —, duas sessões de laser nos meses de outubro e novembro, para destruir os vasinhos sanguíneos que causam o problema, são bem indicadas.

O tratamento com LED também é indicado nessa época do ano. Essa tecnologia expõe a pele a uma sequência precisa de pulsos, com ondas eletromagnéticas que estimulam a atividade celular. Pacientes com linhas finas, manchas, cicatrizes, acne, cravos e espinhas, por exemplo, atingem uma melhora importante após três ou quatro sessões do procedimento.

Quem deseja uma pele mais bonita para o verão deve conversar com o médico dermatologista sobre a possibilidade de usar retinol à noite. Trata-se de um derivado do ácido retinoico não tão potente, mas com bons benefícios para a pele. Ao contrário do ácido, o retinol não impede a exposição solar durante o tratamento. Cremes à base de ácido hialurônico também são bem-vindos.

Rápido, fácil e prático, é conhecido também como o “laser das celebridades”. Ele melhora o viço da pele (rosto, pescoço, colo e mãos) e atua na camada mais superficial, fornecendo melhoras sobre a textura, poros dilatados, rugas finas e vermelhidão.

As vantagens? É um tratamento indolor, rápido, seguro e pode ser feito em qualquer época do ano. As atividades podem ser retomadas no mesmo dia e a exposição solar no dia seguinte não é contraindicada. A aplicação é gradual e, quanto mais sessões forem feitas, melhor será o resultado.

Para quem não se preparou ao longo do ano com tratamentos mais intensos e quer curtir as festas com um “up” no visual, essa é a melhor alternativa.

Grávidas, pessoas com a pele oleosa e indivíduos com problemas de acne, por exemplo, não são candidatos ao filtro solar comum. Há filtros solares específicos para cada situação e que não são encontrados em farmácias e supermercados – daí a importância de consultar um médico dermatologista.

Para os outros, sigam sempre as condutas básicas para uma exposição solar protegida: evitar o sol entre 10 e 16 horas; reaplicar o protetor com mais frequência em caso de exposição prolongada ao sol, suor e água (um cuidado que deve ser redobrado em crianças e idosos); e associar uma proteção física, como boné, chapéu, sombrinha e guarda-sol.

Se a ideia for ficar da cor do verão, mas com segurança, algumas formulações orais ajudam a ativar o bronzeado, ao mesmo tempo em que protegem a pele dos raios ultravioletas. Com elas, o bronze surge mais rápido e é menor o tempo exigido de exposição ao sol.

Essas formulações, que devem ser indicadas pelo médico dermatologista, devem ser iniciadas pelo menos 24 horas antes da primeira exposição solar. Depois, toma-se uma cápsula a cada 12 horas, até atingir a cor desejada ao longo do tempo. Outro benefício diz respeito à não descamação da pele.

Quem se bronzeia no verão sabe que, apesar da cor, a pele fica mais espessa em sua camada córnea (a mais externa da epiderme) e com aspecto ressecado. Esse efeito nada mais é do que um mecanismo de defesa do organismo contra a agressão da radiação UVA e UVB. Para regenerá-la, cremes hidratantes são fundamentais.

Quem ainda não começou, infelizmente não poderá contar com tratamentos rejuvenescedores a laser mais agressivos para esse verão. Uma aparência mais saudável e uma pele mais firme são resultados marcantes dos tratamentos com essa finalidade. Contudo, eles demandam um bom preparo da pele com ácido e, quem começa, não pode se expor ao sol durante o tratamento. Se a ideia for curtir a estação, a melhor decisão é esperar o próximo ano. Por outro lado, o tratamento com Botox para a correção de linhas de expressão não tem contraindicação alguma nessa estação.

As inimigas número 1 das mulheres também não estão em tempo hábil para o tratamento – se a ideia for enfrentar a praia e a piscina sem tanta preocupação com essas indesejáveis cicatrizes, fruto do rompimento das fibras elásticas que sustentam a camada intermediária da pele. Tratamentos para combatê-las não faltam – como peeling, dermoabrasão, luz pulsada e muitos outros. Porém, os resultados (muitas vezes discretos) levam algum tempo até que comecem a aparecer. Quem se incomoda com a celulite, entretanto, deve correr. Vale a pena começar algumas terapias até quatro semanas antes da primeira exposição ao sol.

Fontes: Talitha P. Chaves, médica dermatologista e diretora clínica do Instituto La Beauté e Denise Bárbara, médica alergologista, sócia-fundadora da Sociedade Brasileira de Laser em Medicina e Cirurgia e sócia-colaboradora da Sociedade Brasileira de Dermatologia.