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LIBERDADE, LIBERDADE: Nathalia Dill fala de sua personagem, Branca

Estadão Conteúdo
21/04/2016 22:00
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Branca (Nathalia Dill) é a antagonista de Joaquina/Rosa (Andreia Horta) na disputa pelo coração do mocinho Xavier (Bruno Ferrari). Fotos: TV Globo/divulgação

Fazer maldades na pele da mimada Branca de Liberdade, Liberdade é um dos principais divertimentos de Nathalia Dill no momento. Tanto que a atriz garante que, se depender dela, não haverá espaço para regeneração na trajetória da personagem da novela das 23 horas da Globo. Na trama, Branca é a antagonista de Joaquina/Rosa (Andreia Horta) na disputa pelo coração do mocinho Xavier (Bruno Ferrari). E vai usar todas as suas armas para que ele cumpra a promessa de casamento. Inclusive o sexo. Na entrevista a seguir, Nathalia comenta sobre a alienação de sua personagem aos problemas sociais da época, suas sequências mais picantes e diz por que não se imagina vivendo no século 19, período em que se passa a história.
Liberdade, Liberdade explora um período histórico importante. Como é para você retratar essa época em uma novela?
Nossa, é muito legal! E o momento atual é incrível para falarmos desse período. Acho que veio bem a calhar e fico orgulhosa por poder participar de um projeto que tem como pano de fundo a Inconfidência Mineira, uma fase de luta pela liberdade. A gente tem isso com a história de maneira geral: sabe pouco, se interessa pouco e se esquece muito. Os detalhes se apagam, a gente vai se esquecendo, passando por cima de alguns fatos e, muitas vezes, parece que nós mesmos não damos muito valor ao nosso passado.
E de que forma você vê a Branca inserida nesse contexto? Que mensagem ela passa?
Branca é vilã mesmo. É uma mulher que está sempre à beira de um ataque de nervos. Ela disputa com a Joaquina o amor da vida dela e de uma maneira engraçada. Ela é o “off” de toda a busca pela liberdade. Branca representa quase uma alienação da elite brasileira, que não pensa nessas questões. É um dos principais contrapontos da novela.
Joaquina/Rosa (Andreia Horta) e Xavier (Bruno Ferrari).
Joaquina/Rosa (Andreia Horta) e Xavier (Bruno Ferrari).
Você se diverte mais na pele de uma vilã?
Sim, porque dá para criar bastante coisa. Bato uma bola boa com a Andrea Cavalcanti, que é minha preparadora. Estamos sempre procurando algo novo para a personagem, mesmo pouco antes de entrar no estúdio. Tem sido um exercício bom. Espero que ela se mantenha até o fim!
Você chama o Xavier de “amor da vida” da Branca, mas ele foi prometido a ela há anos. É um sentimento verdadeiro ou mero capricho?
Sim, ele foi prometido a ela. Mas era uma época complicada nessa questão. As mulheres não tinham muitas opções. Era isso, ir para um convento ou ficar falada. O que aconteceria se ela não se casasse com ele? Acho que essa disputa representa também a sociedade da época.
A novela abusa da sensualidade e a Branca usa seu corpo como arma nessa “guerra” contra a Joaquina. Como você lida com sequências mais quentes?
Branca é impetuosa, tem uns rompantes. É uma mulher destemperada em todos os sentidos. Ela precisa ser uma dama, mas há uma força muito grande nela que, às vezes, explode. Eu já fiz cenas mais ousadas no cinema, então acho que vim meio preparada. Se serve para contar a história, acho válido, não vejo problema. O horário em que a novela é exibida dá mais liberdade e nos permite ousar mais, então a gente também aproveita para mostrar um trabalho diferente. Não é uma exposição gratuita.
O que o público pode esperar dos embates entre Branca e Joaquina?
Branca é perversa e não tem muita ética. Torço para que as pessoas curtam bastante isso ao longo dos capítulos. Quando leio, eu acho graça. Não me parece ser o tipo de personagem que busque o ódio das pessoas, mas, sim, fazê-las se divertir. É bacana porque exploro outros leques. Tem um colorido que acho bem interessante, fora o charme da época.
Você consegue se imaginar vivendo nessa época em que a Branca vive?
Nossa, é muito difícil.
Por quê?
Ah, eu não me vejo mais nos anos 1980, quando não tínhamos celular! A gente se atualiza e se adapta à nova realidade. Não dá para pensar em fazer uma fogueira sem ter um fósforo na mão. Os personagens comem com a mão na novela. Aipim, tudo bem, é ok. Mas e se for um arroz com feijão? A primeira coisa que vem à cabeça é: como manter a classe de uma menina que é rica e come sem talheres? Tem o antes e o depois da vinda da família real, é um período de transformação retratado ali. Acho bacana experimentar isso no ar, mas hoje eu não seria capaz de viver dessa forma.