Turismo

Conheça o aeroporto mais perigoso do mundo

Roberto Couto
26/04/2016 22:00
Thumbnail

Para chegar ao aeroporto de Lukla, que está a uma altitude de 2.900 metros, os aviões precisam "desviar” dos montes do Himalaia. Fotos: Bigstock.

Maio e junho são considerados os melhores meses para conhecer a maior montanha do planeta, o Everest, no Nepal. E a aventura pode começar já na chegada à pequena vila que é ponto de partida rumo ao pico mais alto do mundo. O voo entre Kathmandu e Lukla, de onde saem os grupos de trekking, dura apenas 40 minutos. Mas a viagem em pequenos aviões, literalmente “desviando-se” dos montes do Himalaia, é pura adrenalina e tem como destino aquele que é considerado o aeroporto mais perigoso do mundo, situado numa altitude de 2.900 metros.
Na hora de levantar voo, uma forte aceleração numa reta descendente dá a sensação de se estar em uma montanha-russa. Fotos: Bigstock.
Na hora de levantar voo, uma forte aceleração numa reta descendente dá a sensação de se estar em uma montanha-russa. Fotos: Bigstock.
O que justifica a fama do aeroporto Tenzing-Hillary, de Lukla, é a pista de 527 metros de extensão (para se ter uma ideia, a do Santos Dumont, no Rio de Janeiro, que já é difícil, tem 1.323 metros). As aeronaves que pousam não podem arremeter devido às montanhas à frente e, quando decolam, não podem falhar devido ao enorme despenhadeiro na cabeceira. Ou seja….não há segunda chance.
LEIA TAMBÉM
O único aeroporto de Lukla foi aberto em 2001, apesar de ter sido construído pelo montanhista neozelandês Edmund Hillary em 1960. Para complicar ainda mais a aterrissagem na vila do Nepal, há uma inclinação de 11 graus entre as extremidades da pista. E, na hora de decolar, a experiência também é tão ou mais emocionante, pois como é necessário uma forte aceleração em uma reta descendente, tem-se a sensação de estar em uma montanha-russa. Para deixar tudo ainda mais impactante, também há fortes ventos e baixa visibilidade devido às nuvens.
Devido a sua localização privilegiada em relação ao Everest, Lukla tem hoje o aeroporto doméstico mais movimentado do Nepal. A vila tem apenas 500 moradores, mas sempre está cheia de aventureiros de todo o mundo que normalmente levam duas semanas para chegar ao campo-base da montanha mais alta do mundo ou 45 dias ou mais para atingir o cume do Everest. Aqueles sem nervos de aço para pousar em Lukla têm como opções alugar um carro, dirigir 11 horas entre Kathmandu e a cidade de Jiri e caminhar para cima por cinco dias para Lukla; ou alugar um helicóptero.
A forma mais fácil de conhecer o Nepal é através de companhias especializadas em turismo de aventura e natureza. Elas têm acordos com operadoras que providenciarão todos os detalhes de sua viagem: traslado, transportes entres as cidades e acampamentos, aluguel de equipamento, carregadores, cozinheiros, guias e hospedagem. Não é barato, mas o turista economizará muito tempo e dores de cabeça. Lembre-se que o esforço físico é alto e é bom ter uma boa assistência.
Quando ir
  • De julho a setembro (monções): chuvas pesadas e baixa temporada.
  • De outubro a dezembro (pós-monções): boa época para fazer rafting, com rios caudalosos, mas seguros. Um período muito agradável também para fazer caminhadas entre os vales e no alto dos planaltos.
  • De janeiro a março (inverno): as temperaturas caem muito nos planaltos e nos Himalaias. Fortes nevascas e péssimas condições de estrada fazem desta época uma das piores para o turista.
  • De abril a junho (estação seca): época mais seca e quente do ano, com temperaturas superando os 40 graus nas planícies. No entanto, é a melhor época para a prática do trekking e para chegar até aos pés de montanhas como Everest, Kangchenjunga, Makalu e Annapurna, todas com mais de 8 mil metros de altura.