Alta do dólar derruba venda de pacotes de viagens para EUA e Europa

A alta do dólar mudou os planos de viagens ao exterior de muitos maringaenses. É o que aponta um levantamento da Associação Maringaense das Agencias de Viagem (Amav). Segundo o presidente da entidade, Vitor Camargo, o encarecimento da moeda norte-americana diminuiu em 30% a venda de pacotes de viagens para os Estados Unidos e Europa em julho e agosto, em comparação com junho deste ano.

O cenário econômico, por outro lado, estimulou as vendas de pacotes para países da América do Sul. “As pessoas resolveram aproveitar a temporada de esqui nos países vizinhos ao Brasil”, contou o presidente da Amav, que também é proprietário da Viptur. “Estou com um grupo que vai para o Chile, já que a alta do dólar reduziu a empolgação para os planos relativos aos Estados Unidos e a Europa.”

Algumas agências de viagem de Maringá confirmaram queda nas vendas de pacotes de viagens, mas os índices são menos expressivos. Proprietários da 9000 Turismo e da MM Agência e Turismo, por exemplo, confirmaram uma queda de 5% a 10% nas vendas para os Estados Unidos e Europa em julho e agosto. Atualmente, porém, os pacotes mais vendidos são para Buenos Aires e Bariloche, na Argentina, e para o nordeste brasileiro.

O índice estadual de retração nos últimos dois meses é o mesmo, segundo a Associação Brasileira de Agência de Viagens do Paraná (Abav). De acordo com o presidente da entidade, Roberto Bacovis, a variação da taxa cambial do dólar nos últimos meses é o principal fator para a retração nas vendas dos pacotes turísticos. Bacovis explica que isso ocorre, especialmente, entre os passageiros que têm um orçamento pré-determinado para gastar com a viagem. “Para os passageiros de classe A, a variação do dólar não afeta na hora de fechar o pacote. Mas para o passageiro de classe média, saber como essa variação afeta os gastos é fundamental.”

Para evitar surpresas, o presidente da Abav afirma que a maioria dos turistas brasileiros tem optado por utilizar cartões de crédito pré-pagos. “Neste momento, o medo é realizar uma compra com o dólar a R$ 2,20, por exemplo, e no fechamento da fatura o dólar estar muito mais caro. Por isso, percebemos que os turistas têm evitado utilizar o cartão de crédito convencional.”

“O câmbio aumentou, mas o preço das passagens diminuiu. Se as companhias aéreas mantivessem os preços de antes, a venda de pacotes cairia mais”, opinou o dono da agência maringaense 9000 Turismo, Paulo Alves Pimentel.

A gerente da MM Agência e Turismo, Mara Morais, afirmou que os preços para alguns destinos do Brasil também aumentaram, pela alta procura. “Os voos nacionais ficaram sobrecarregados. As pessoas perguntam pelos pontos turísticos brasileiros e o nordeste tem assustado pelos preços altos.”

O presidente da Associação Brasileira de Agência de Viagens do Paraná (Abav), Roberto Bacovis, informou que a alta nos preços de pacotes nacionais ocorre há pelo menos três anos. No entanto, Mara disse acreditar que os preços dos pacotes para viagens internas no Brasil tendem a ficar cada vez mais altos pela Copa do Mundo de 2014 e pelas Olimpíadas em 2016.

O presidente da Abav é mais otimista e espera estabilidade na variação do dólar no segundo semestre deste ano. “Acreditamos que com isso as vendas voltem a ficar aquecidas para todos os destinos nacionais e internacionais. As agências já estão focadas em feriados como o Ano Novo e o Carnaval.”