Imagens atestam problemas e parques de diversão respondem à avaliação da Proteste

A Proteste, Associação Brasileira de Defesa do Consumidor, enviou ao Viver Bem fotos que comprovam o parecer a respeito das condições de infraestrutura do Beto Carrero World e de outros parques de diversão, avaliados em fevereiro de 2017. De acordo com a entidade, fundada em 2001 e que avalia com laudos técnicos, o direito de consumo em várias áreas, o Beto Carrero World, em Penha, Santa Catarina, e o Hopi Hari, em São Paulo, são os parques que mais apresentam problemas.

O Beto Carrero informou que está aguardando o laudo realizado pelos técnicos do parque. “Seguimos um rigoroso planejamento de manutenção em todas as atrações, respeitando integralmente as orientações dos fabricantes dos equipamentos. Trabalhamos unicamente com peças de reposição de manutenção originais, além de executar vistorias diárias das condições de cada atração antes de entrar em operação. Adotamos inspeções rotineiras, que utilizam tecnologias de ponta universais: inspeções por Raio X, Termografias, etc. Recebemos anualmente auditoria internacional de manutenção, feita por técnicos europeus especializados – os quais validam nossos procedimentos”, afirmou a assessoria do Beto Carrero, em nota oficial.

Entre os problemas citados pela Proteste em relação ao parque, est a ferrugem no topo da tenda que mantém a estrutura das lojas de “Bang Bang” e do “Sorveteiro Maluco” é um dos mais graves.

De acordo com Viviane Terra, engenheira de segurança responsável pela avaliação, se os cabos de aço presos à tenda se soltarem há risco de um acidente fatal. Confira a avaliação completa da entidade na matéria publicada ontem (3) no Viver Bem.

Leia, a seguir, a avaliação da Proteste a respeito de outros parques:

A grande quantidade de brinquedos em manutenção ou desativados foi uma das maiores reclamações dos usuários em relação ao Hopi Hari, localizado no km 72 da Rodovia dos Bandeirantes, no município de Vinhedo, interior do estado de São Paulo, segundo a entidade. Em visita anônima, a Proteste afirmou que é possível identificar janelas quebradas, telas arrebentadas, brinquedos enferrujados, áreas de acesso restrito abertas, placas no teto faltando parafusos, paredes infiltradas, dentre outros problemas de estrutura. Além disso, apesar de haver diversos locais com sinalização de extintores, as caixas estavam vazias e um extintor foi encontrado despressurizado.

Por outro lado, o Hopi Hari foi o único parque que realizou inspeção das mochilas e bolsas de todos os frequentadores, além de exigir que todos passassem por detectores de metal, de acordo com a Proteste. Para a entidade, a atitude é considerada positiva por dificultar o acesso de pessoas em posse de armas.

Em nota oficial, o presidente do Hopi Hari, José Luiz Abdalla, afirmou que devido à mudança de gestão, em 29 de dezembro do ano passado, o parque está atualmente em fase de adequações e reestruturações, tomando todas as medidas necessárias para continuar funcionando normalmente para seu público. “Com o trabalho e empenho de todos os habitáris (nossos colaboradores) estamos avançando a cada dia. E o crescente número de público nos mostra que estamos no caminho certo. Mas estamos longe de apresentar “filas intermináveis” como indica a pesquisa (ainda quando essas filas sejam uma característica de todo grande parque de diversões, aqui e lá fora).

É fato que o parque tem hoje uma grande quantidade de atrações desativadas ou em manutenção. Todas as atrações disponíveis são informadas e atualizadas diariamente em nosso site oficial e na entrada do parque.

Estamos trabalhando para reativar cada uma das atrações. E somente serão reabertas quando atendam a todos os critérios e normas de segurança e qualidade nacionais e internacionais em vigor. A segurança é primordial.”

Considerado o mais bem avaliado do teste, o Parque da Mônica está localizado no Shopping SP Market, na Zona Sul de São Paulo. O único ponto citado pela Proteste foi em relação ao número de crianças que brincavam na área conhecida como “Parquinho”. A sinalização informa que a capacidade limite é de 10 visitantes, porém, no dia da avaliação foram vistas 16 crianças no local. De acordo com a opinião dos usuários questionados pela Proteste, a falta de opção de alimentos, o alto preço do ingresso e também a pouca quantidade de brinquedos oferecidos foram avaliados negativamente.

O parque possui uma grande quantidade de saídas de emergência, todas bem sinalizadas, além de hidrantes e extintores de incêndio bem localizados e sinalizados, alarme de incêndio e câmeras de segurança.

A assessoria do parque, em resposta, afirmou que “permite a saída do visitante para se alimentar na praça de alimentação do shopping ou qualquer outro local e a entrada de alimentos trazidos pelos visitantes.” Além disso, ressalta que segue rigorosamente o conjunto de normas técnicas brasileiras para parques de diversões contido na NBR-15926, sob o controle da ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas).

Inaugurado há 36 anos e localizado na região de Itaquera, em São Paulo, desde 1987, o Parque Marisa teve apena uma avaliação negativa sobre um dos 20 brinquedos. Segundo a Proteste, a roda gigante não tem uma proteção para evitar que pessoas acessem a área de rotação do brinquedo, o que pode ser um risco. A entidade afirma que é imprescindível que haja ao menos um obstáculo para restringir o acesso de pessoas à área.

Em resposta, o proprietário do Parque Marisa, Miguel Cerretti, garantiu que as alterações recomendadas serão realizadas o quanto antes. “Temos todos os laudos emitidos pelos engenheiros e, se tiver que fazer qualquer modificação, providenciaremos imediatamente.” Segundo Cerretti, os dois engenheiros responsáveis pela segurança e manutenção do parque vão dar início às vistorias.