Turismo

11 dicas imperdíveis para quem quer conhecer Jericoacoara

Pablo Torres, especial para a Gazeta do Povo
24/10/2017 16:29
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(Foto: Bigstock)

É exatamente a palavra “Paraíso” que define o nome da praia que se tornou a queridinha dos turistas nacionais e internacionais. Com ar rústico/chic, a região de Jericoacoara é cheia de encantos naturais de belezas únicas e está localizada no Estado do Ceará, no município de Jijoca de Jericoacoara, a 300 km de Fortaleza.
Conheça algumas das principais dicas para aproveitar um dos melhores destinos de praia do Brasil, que promete incendiar o próximo verão com novidades imperdíveis.
1 – Viaje ao aeroporto que fica a 30 minutos da praia 
Esqueça aquele perrengue de partir de Fortaleza e ficar quase sete horas na estrada. Desde junho deste ano funciona um novíssimo aeroporto localizado no município de Cruz (CE), a exatos 48 km da praia de Jeri. Apesar de não estar localizado em Jericoacoara, é a principal porta de entrada do destino, pois fica a apenas meia hora do destino. O trajeto do novo aeroporto até Jeri é rápido e com uma paisagem de tirar o fôlego. Lembrando que o caminho só pode ser feito em veículos 4×4 a partir de Jijoca, município onde fica a praia de Jeri. Nem pense em alugar um carro, exceto se você for um campeão do Rally dos Sertões. É muito comum se deparar com diversos carros atolados na areia fofa, seja de moradores ou turistas. Quando a maré sobe, lá se vai o carro e não há seguro que cubra esse dano. Confie num profissional habilitado.
2 – Pesquise por pacotes voo + hospedagem ou tudo separado
A dica é pesquisar sempre, mas existem roteiros com um excelente custo-benefício. A CVC passou a operar voos fretados para o destino semanalmente pela GOL. O pacote pode incluir traslado (importantíssimo), hospedagem e passeios. Tudo parcelado em até 10x sem juros. A Azul também opera voos regulares semanais para Jeri, vale dar uma boa pesquisada. A GOL e a Azul são as únicas companhias aéreas que já atuam nesse roteiro direto para Jeri com saídas do aeroporto de Congonhas, em São Paulo (GOL) e de Recife (AZUL).
(Foto: Arquivo pessoal)
(Foto: Arquivo pessoal)
3 – Escolha as pousadas nas ruas principais
Jeri está dividida basicamente em quatro ruas: Rua Principal, Rua São Francisco, Rua do Forró e Rua das Dunas (ou Nova Jeri) e diversos “becos” charmosos que ligam a elas. Se você tiver hospedado em uma delas ou num dos famosos “becos”, pronto. Está bem localizado. Há pousadas muito charmosas e com preços ótimos, hostels modernos, assim como hotéis luxuosos à beira-mar com piscina privativa no quarto. Veja o que o seu bolso está disposto a pagar. O TripAdvisor elencou os principais meios de hospedagem em 2017 em Jericoacoara, na opinião dos próprios viajantes, confira aqui. Vale lembrar que em Jeri nada é longe e tudo acontece nessas quatro principais ruas, onde estão também as lojas de artesanato, moda praia e os inúmeros e saborosos restaurantes.
4 – Não leve muitas roupas
O que levar na mala para Jericoacoara? A menor quantidade de roupas possível. Você provavelmente vai passar o dia de roupa de banho. Todas as ruas de Jericoacoara são de areia, a construção de estradas é proibida por lei no Parque Nacional de Jericoacoara e algumas terminam diretamente na praia. Se você não gosta de areia, esqueça. O único lugar que não terá areia de praia provavelmente será dentro do seu próprio quarto. O chão dos restaurantes, das lojas, das ruas, tudo é de areia.
Mulheres, atenção: salto jamais! Não há nem lugar para esse dress code. Leve chinelos de dedo, sandália rasteira e nada mais. Vestidos leves e coloridos são bem-vindos. Para os homens, somente bermuda e camiseta. À noite, por conta dos ventos, fica bem fresquinho.
As temperaturas de quase 40 graus durante o dia são amenizadas com ventos frescos e confortantes no período noturno. Não se esqueça do protetor solar, sempre antes de sair da pousada. O vento forte disfarça a entrada da luz solar e você pode ter problemas de insolação.
(Foto: Wikimedia commons)
(Foto: Wikimedia commons)
5 – Leve dinheiro em espécie.
Em Jeri não há agência bancária. Dá um trabalhão fazer um saque. Existem correspondentes bancários do Bradesco (cobram 10% para saque) e do Banco do Brasil (via Correios). Grande parte dos restaurantes, lojas e pousadas aceitam cartão, mas para comprar um artesanato na praia, tomar um drink no passeio ou comer uma iguaria regional, leve dinheiro em espécie. Nem no aeroporto de Jeri existe terminal bancário, ou seja, saia de casa preparado para isso.
6 – Separe dinheiro para a taxa de permanência na praia
A taxa de permanência, chamada de taxa de turismo sustentável , deve ser paga ao entrar em Jericoacoara. São 5 reais por dia de permanência, para visitantes entre 13 e 59 anos (exceto crianças menores de 13 anos, idosos e deficientes físicos). Para facilitar, você pode imprimir o boleto pela internet, pagar e levar o comprovante. Tudo feito pelo site. Depois é só apresentar na entrada do vilarejo. Você vai precisar do comprovante para entrar e sair da vila. Caso você esqueça, a taxa pode ser paga ao desembarcar no aeroporto de Jeri, onde eles aceitam cartão de débito ou dinheiro. Mas lembrando que há filas.
Um dos principais símbolos da região é a Pedra Furada, um arco esculpido pelo mar nas rochas, situado na Praia da Pedra Furada (Foto: Divulgação/ prefeitura de Jijoca de Jericoacoara)
Um dos principais símbolos da região é a Pedra Furada, um arco esculpido pelo mar nas rochas, situado na Praia da Pedra Furada (Foto: Divulgação/ prefeitura de Jijoca de Jericoacoara)
7 – Entre agosto a dezembro, Jericoacoara não tem chuva
De agosto a dezembro provavelmente você não verá chuva alguma na região. São dias mais longos e temperaturas bem altas que chegam a 35 graus. Durante as férias de julho e janeiro, os preços aumentam um pouco por conta do calendário escolar e o fluxo de turistas é maior. Experimente o destino na baixa temporada, sendo que setembro e outubro são meses ideais para aproveitar as delícias de Jeri. Agosto e setembro são os melhores meses para os praticantes de kitesurf, quando os ventos chegam a 40 nós. Janeiro a julho são os meses chuvosos em Jeri, mas nada que impeça a viagem. Meses mais chuvosos: março, abril e maio. E não volte para casa sem trazer uma rede cearense para colocar na sua varanda, uma saída de praia ou uma bela toalha de mesa feita pela associação das crochedeiras da região.
(Foto: Arquivo pessoal)
(Foto: Arquivo pessoal)
8 – Contrate um guia local para os passeios
O ideal para passeios e traslados é contratar um guia local com experiência nos trajetos. Ou você inclui no pacote ou contrata diretamente no destino. Qualquer erro nesse sentido pode acabar em atolamento e dor e cabeça durante o passeio. A Ernanitur tem um guichê já no aeroporto, onde é possível agendar tudo. Vai em turma? Feche um carro privativo, melhor resolução para desbravar o destino.
Vale a indicação do guia Bruno Caminha, da CVC. O guia é uma enciclopédia humana e conhece cada canto da região. Peça os passeios para Tatajuba, Lagoa do Paraíso, Lagoa Azul, Mangue Seco, Barrinha, Árvore da Preguiça, Duna do Pôr do Sol e Pedra Furada. Nas Lagoas, Tatajuba e Barrinha há infraestrutura completa com restaurantes, cadeiras e guarda-sol. Passe o dia por lá.
Mas, você não precisa necessariamente ter um guia para todos os passeios. A Duna do Pôr do Sol, por exemplo, fica em Jeri, a poucos passos de várias pousadas. Dá pra fazer a pé e sempre no final do dia para ver o espetáculo do sol adormecendo em alto mar. Sempre por volta das 17h30 (horário local) o sol de põe. É imperdível.
A Pedra Furada também vale fazer a pé, é uma longa caminhada saindo de Jeri pela praia mesmo, cerca de 1 hora, mas o caminho é repleto de piscinas naturais e rende belíssimas fotos. Pare, contemple, tome um banho de mar. Pegar praia em Jeri também não é nada mal. Confira a tábua das marés e reserve sua cadeira e guarda-sol. Uma das quatro principais ruas da vila certamente desemboca na praia. Lembrando que os barraqueiros cobram pela cadeira e guarda-sol. Em média 20 reais por pessoa. E em dinheiro.
(Foto: Arquivo pessoal)
(Foto: Arquivo pessoal)
9 – A gastronomia é farta e de baixo custo
A gastronomia é um dos pontos fortes do destino. Os preços são ótimos. Você pode almoçar muito bem por apenas 10 reais. Sim, um “prato feito” pode custar de 10 a 15 reais em restaurantes caseiros do vilarejo. Obviamente há opções para todos os gostos e orçamentos.
Os melhores restaurantes são o “Tamarindo” e o “Serafim”, com pratos elaborados por chefs regionais famosos e com preços que podem chegar a 100 reais por pessoa. Os frutos do mar ditam a regra. Experimente o risoto de camarão do Tamarindo, é de lamber os beiços.
Há também o “Pimenta Verde”, um charmoso restaurante de comida regional. O peixe com molho de camarão e a muqueca de peixe com pirão são os pratos mais pedidos. O tradicional restaurante “Na Casa Dela” também atrai turistas do mundo todo. Os pratos são bem servidos para duas pessoas, o melhor tempero caseiro da vida, acredite. Vá no bobó de camarão, melhor pedida.
Pizza? No Leonardo da Vinci você encontra a melhor pizza de Jeri. Massa fina e crocante. Nos passeios? Vá até o Komaki, restaurante na praia da Barrinha. A Lagosta grelhada na brasa é de babar. E o espaguete ao alho e óleo com camarões frescos? Muito bom.
Não deixe de conhecer o restaurante “A Piscina”, no caminho para a Barrinha, especializado em massas com frutos do mar. Além da atração principal, uma piscina deliciosa, passe o dia se refrescando com os drinks mais exóticos.
10 – Torta de banana da Tia Angelita
Ir a Jeri e não comer a torta de banana da Tia Angelita é como ir a Itália e não comer uma boa massa. É feita a todo o momento. Fresquinha, chega a fazer fila na porta. Sabe aquelas casas de tia que cheiram a bolo fresco? É lá mesmo. Fica na rua principal. Ela também vende uma cocada maravilhosa,  experimente.
Já pensaram no melhor pão de queijo de suas vidas? Pois ele está em Jeri. O “Pão do Sol”, produzido pelo simpático casal Myller e Priscila, é um sucesso por lá. Até a massa é própria, com recheio de carne de panela, calabresa, cheddar, hambúrguer caseiro (novidade) molho de alho, Nutella, goiabada, entre outras. Há também uma torradinha de pão de queijo deliciosa com um molho caseiro.
Além da unidade própria, na Rua Principal, Myller vende essas delícias em uma bicicleta gourmet. Provavelmente você vai encontrá-lo na saída da balada. Compre e deleite-se!
Sorvete? Não deixe de provar os sabores exóticos como o de Cajá da sorveteria Gelato & Grano, na praça principal. Há também um doce de caju imperdível na cidade. Basta encomendar no restaurante Pimenta Verde. Cada compota custa 20 reais e é ótimo para servir com sorvete de creme.
(Foto: Arquivo pessoal)
(Foto: Arquivo pessoal)
11- Existe, sim, vida noturna em Jeri
Como em uma boa cidade turística, Jeri traz atrativos noturnos imperdíveis. Mas tudo até às 2h da madrugada. Por ser uma praia pequena, o barulho incomoda e esse foi o horário limite imposto pelas autoridades locais.
Na praia principal de Jeri, há o “corredor das caipirinhas”, todos os dias no período noturno. São inúmeras barracas com caipirinhas e bebidas exóticas com frutas especiais da região, como caju e cajá. Como são muitas barracas, há guerra de preços entre eles. É possível tomar uma boa caipirinha por 8 reais. Para animar as pessoas, tem sempre um DJ no local.
Não perca também o Café Jeri, uma espécie de Cafe de La Musique cearense, que começa às 16 horas e vai até às 20 horas. Gente bonita e descolada.
Depois da Duna principal, provavelmente esse é o melhor por do sol que você vai ver em Jeri. Reserve um camarote e se divirta com música ao vivo, malabares e drinks excelentes. Só pague a consumação. Funciona de quarta a domingo e fica no rooftop do hotel Hurricane, na Rua do Forró.
Por falar em forró, conheça o Forró da Dona Amélia, na própria Rua do Forró, quartas e sábados, e no Samba da Benção, às sextas, na Pousada Solar da Malhada – ambos com tradicionais canções dos respectivos ritmos que atraem turistas de todos os cantos do mundo.
Prepare-se para o melhor arrasta pé do Brasil! (A agenda de datas e horários pode sofrer alterações ao longo do ano. Ao chegar no destino, informe-se).
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