Turismo

Grafite tem espaço em museu de Lisboa

Agência Estado
16/04/2009 03:06
O museu em questão é, na verdade, um circuito ao ar livre. Recebeu o sugestivo nome de Efêmero pela natureza da arte ali exposta: são cerca de 50 grafites criados por artistas de fama internacional e outros nem tanto. Foi instituído formalmente em setembro, mas todos os trabalhos já existiam antes dessa data e estavam espalhados pelas paredes para quem quisesse ver. O Museu Efêmero simplesmente organizou a visita, reuniu informações a respeito dos artistas, criou um mapa e um audioguia para serem baixados na internet e colocou o grafite definitivamente na rota das artes em Lisboa.
O Bairro Alto ainda tem muitos sobradinhos e crianças jogando bola nas ruas, mas esses moradores antigos convivem com um número crescente de lojas descoladas de roupas, livros usados, discos e material de pintura. Cafés e restaurantes também se multiplicam, o que faz da região uma espécie de Vila Madalena, na zona oeste de São Paulo (ou Santa Tereza, para os mais habituados ao Rio) em terra lusa. O grafite é bastante comum pelas fachadas. O vandalismo das pichações, também.
“O que fizemos foi destacar os trabalhos que consideramos arte para incentivar as pessoas a apreciarem os seus detalhes”, diz Marta Guimarães, da agência Leo Burnett, que idealizou o museu sob encomenda da Fundação Pampero, ligada a uma marca de bebidas e criada há 60 anos com o objetivo de ajudar artistas em início de carreira.
A mostra ao ar livre vai durar o tempo que o sol, a chuva e as reformas dos imóveis permitirem. Renovar ou não as obras ou aumentar o acervo depende exclusivamente da vontade de cada artista.
Filiais
Mas, quatro meses depois de ser criado, o museu já ganhou a primeira expansão. Duas “filiais” foram inauguradas em 29 de fevereiro na própria capital portuguesa, nos bairros São Bento e Amoreiras. O esquema é o mesmo: o audioguia e o mapa de localização das obras estão na internet para serem baixados gratuitamente. E a ideia pode ganhar espaço em outras cidades portuguesas. Porto, Setúbal, Faro e Coimbra são os possíveis endereços.
São Bento e Amoreiras ficam bem perto do Bairro Alto, na direção oeste, e ambos contam com outras atrações além de arte de rua pelos muros. No São Bento está a Casa Museu Amália Rodrigues, aberta em 2002 em homenagem à maior fadista portuguesa. No prédio revestido de azulejos do século 18 e recentemente restaurado há retratos da estrela, suas roupas e joias preferidas e condecorações cedidas por políticos.
Habitada por famílias ricas, Amoreiras tem uma das principais atrações turísticas de Lisboa. O Aqueduto das Águas Livres começou a ser construído em 1731, resistiu intacto ao terremoto que assolou a região 24 anos depois do início das obras e distribuiu água aos portugueses até meados dos anos 1960 O Museu da Água organiza visitas guiadas entre abril e outubro para mostrar detalhes realmente impressionantes, como um arco de 64 metros.
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Serviço
Museu Efêmero: museuefemero.blogspot.com
Casa Museu Amália Rodrigues: Rua de São Bento, 193
Museu da Água: museudaagua.epal.pt