Turismo

Lugares paradisíacos do Brasil para ver de perto as tartarugas marinhas

Carolina Werneck
11/05/2018 17:00
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Turistas acompanham soltura de tartarugas. Foto: Reprodução/Banco de Imagens/Projeto Tamar

De item constante no cardápio de famílias de pescadores a símbolo de proteção ambiental. O caminho percorrido pelas tartarugas marinhas no Brasil vai muito além do trajeto entre o ninho feito na areia e o mar sem fim. Um processo paulatino de conscientização, realizado há 38 anos pelo Projeto Tamar, vem ajudando a proteger a biodiversidade marinha ao longo da costa brasileira.
O Tamar nasceu em 1982 na Praia do Forte, Bahia. Naquele mesmo ano foram inauguradas as sedes em Pirambu, no Sergipe, e em Regência, no Espírito Santo. Desde então, o projeto já ajudou a devolver mais de 35 milhões de tartarugas ao mar.
A dedicação dos especialistas é fundamental para que a proteção desses animais seja eficaz, mas a colaboração dos turistas também exerce um importante papel. De acordo com o Tamar, quando as pessoas vão aos centros de visitantes do projeto “elas saem com mais informação, mais conhecimento sobre as tartarugas, sobre os oceanos e sobre as ameaças às espécies marinhas. São sensibilizadas quanto à participação de todos na proteção, seja na praia ou em sua própria casa”.

O que há para ver?

Espalhados por quase todo o litoral brasileiro, os centros de visitantes mantidos pelo Tamar têm diversas atividades. Na maior parte deles há tanques com animais resgatados. Ali eles se recuperam de ferimentos, por exemplo. Alguns retornam à natureza e outros, que já não conseguiriam se adaptar à vida selvagem, ganham um lar.
A sede nacional do Projeto Tamar fica na Praia do Forte, na Bahia. Foto: Reprodução/Banco de Imagens/Projeto Tamar
A sede nacional do Projeto Tamar fica na Praia do Forte, na Bahia. Foto: Reprodução/Banco de Imagens/Projeto Tamar
Em alguns dos centros outras experiências também são possíveis. É o caso do Oceanário de Aracaju, onde há 70 espécies distribuídas em 18 aquários. Entre os animais estão arraias, tubarões, moreias e xaréus. Outros quatro tanques permitem desde a observação de tubarões até o contato físico com algumas espécies. Os visitantes podem pegar na mão alguns peixes, moluscos e crustáceos.

Mas a grande atração das sedes do Tamar é mesmo a soltura dos filhotes de tartaruga. Todos os anos, durante vários meses, os turistas podem acompanhar essas operações. De acordo com o Tamar, no continente “a temporada reprodutiva das tartarugas marinhas começa em setembro e termina em março. Após um período de 50 dias, em média, acontecem aberturas de ninhos no cercado de incubação mantido no centro de visitantes”. Nas ilhas oceânicas, como Fernando de Noronha, esse período é um pouco diferente e vai de dezembro a julho.

Ainda segundo o Tamar, esses nascimentos ocorrem normalmente à noite e as tartarugas são soltas ao mar imediatamente. Mas, no dia seguinte, os biólogos vão até os ninhos cujos ovos eclodiram para coletar dados. É aí que normalmente são encontrados filhotes que não conseguiram chegar à superfície. São esses os filhotes cuja soltura normalmente é acompanhada pelos turistas. Para ter a chance de ver as tartaruguinhas correndo para o mar, fique de olho nas redes sociais do Tamar, que costuma avisar sobre as solturas. Ou entre em contato pelo telefone dos centros de visitantes. Mas atenção: não há como programar a operação, então normalmente a informação só chega no dia em que ela vai ser realizada.
Tanques com tubarões são atrações em alguns dos centros de visitantes espalhados pelo país. Foto: Reprodução/Banco de Imagens/Projeto Tamar
Tanques com tubarões são atrações em alguns dos centros de visitantes espalhados pelo país. Foto: Reprodução/Banco de Imagens/Projeto Tamar

O turista é um protetor

Fomentar o turismo nas regiões em que as tartarugas costumam fazer seus ninhos é uma das maneiras de ajudar a preservá-las. Para o Tamar, “tudo está conectado e todos nós somos responsáveis por proteger nosso patrimônio natural. As pessoas conhecem a história do Tamar e se inspiram. Muitas dessas pessoas acabam voltando várias vezes ao Tamar e continuam, junto conosco, ampliando a capacidade de pensar e agir pelos oceanos”.

Os responsáveis pelo projeto não encaram a grande movimentação de turistas como uma ameaça a esses animais. Para o Tamar, é importante que as pessoas respeitem os locais de desova e as estacas que indicam os ninhos.

Também é fundamental que elas tenham a consciência de que estão em área de desova, que respeitem as regras de iluminação na orla e que deixem “os ninhos e as tartarugas livres na praia para seguirem seu caminho natural, sem obstáculos”. Com esses cuidados, o turismo é bem-vindo.
E que medidas os visitantes podem tomar para também ajudar na preservação dessas espécies? Algumas ideias do próprio projeto são: “conhecer os centros de visitantes e lojas Tamar que geram receita para o projeto; ser porta-voz voluntário, espalhando a mensagem em defesa das tartarugas e do ambiente marinho; ser cidadão, exercendo a sua consciência ambiental e ajudando a proteger o planeta”.
O turismo é visto como uma forma de conscientização sobre a importância de preservar o ambiente marinho. Foto: Reprodução/Banco de Imagens/Projeto Tamar
O turismo é visto como uma forma de conscientização sobre a importância de preservar o ambiente marinho. Foto: Reprodução/Banco de Imagens/Projeto Tamar

Onde ir?

Atualmente são 26 sedes do Projeto Tamar em nove estados brasileiros. Veja o mapa completo clicando aqui.
Ceará: Almofala
Rio Grande do Norte: Barreira do Inferno e Pipa
Sergipe: Ponta dos Mangues, Pirambu, Aracaju e Abaís
Bahia: Mangue Seco, Sítio do Conde, Costa do Sauípe, Praia do Forte, Arembepe e Busca Vida
Espírito Santo: Guriri, Pontal do Ipiranga, Povoação, Regência e Vitória
Rio de Janeiro: São Francisco de Itabapoana e Farol de São Tomé
São Paulo: Ubatuba
Santa Catarina: Itajaí e Florianópolis
Ilhas oceânicas: Fernando de Noronha e Trindade

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