Turismo

Marrakesh e os encantos que seduziram Yves Saint Laurent

Andrea Torrente
21/03/2016 22:00
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Fotos: Mariana Quintana.

Se pretende desvendar as belezas de Marrakesh e sente-se mal no calor de 40 graus, pule os meses de junho a agosto. Nesta época do ano, é quase impossível circular pelos lugares abertos na principal e mais famosa cidade do Marrocos, no norte da África. O ideal, na realidade, é viajar para o exótico destino no período de inverno do país, de dezembro a março.
Dedique pelo menos três dias para explorar as belezas de Marrakesh. Hospede-se na medina (centro) onde se concentram praticamente todos os pontos turísticos. Os becos são repletos de souks, mercados e feiras onde se encontra de tudo, sobretudo belíssimas peças de artesanato local como pashminas, babouches (calçados de couro), cerâmicas, objetos decorativos de ouro e metais preciosos.
Medina, centro histórico de Marrakesh.
Medina, centro histórico de Marrakesh.
Loja de especiarias em Marrakesh. Fotos: Mariana Quintana.
Loja de especiarias em Marrakesh. Fotos: Mariana Quintana.
Ainda na Medina, a Praça Jemaa el Fna é a mais animada da África: vive lotada de encantadores de serpentes, acrobatas, dançarinos, contadores de história, barracas de comida, músicos e mágicos. Quando o turista se cansar de andar para lá e para cá, é só escolher um dos cafés com mesas na calçada – há vários em volta da praça – para continuar observando a festa com conforto.
A arquitetura da cidade é charmosa e conta com algumas pérolas. Como o Palácio el Badi, construído pelo sultão Ahmed al-Mansur no século 16. Embora hoje esteja em ruínas, ainda conserva as suntuosas muralhas, esplendidas paredes decoradas com mosaicos e um enorme pátio com um jardim de laranjeiras. No interior há também um museu de fotografia gratuito.
Palácio El Baddi.
Palácio El Baddi.
O Palácio da Bahia, outra atração obrigatória de Marrakesh, conta com 150 salas construídas sem planejamento, mas com uma esplêndida decoração em estilo árabe-andaluz. No local, chama a atenção as paredes decoradas com estuques e madeira de cedro esculpido, as janelas e os vitrais. Outro exemplo impressionante da arquitetura marroquina é a Madraça de Ben Youssef, antiga faculdade islâmica do século 14 com belíssimos estuques, decorações em madeira de cedro e mármore.
Madraça de Ben Youssef.
Madraça de Ben Youssef.
A Mesquita de Koutoubia se destaca na paisagem de Marrakesh. Quando foi construída, no século 12, para comemorar a vitória do sultão Almohad sobre os almorávidas, era um dos templos muçulmanos mais altos do mundo. Desde então, perdeu a primazia, mas seu minarete de 68 metros continua dominando a cena na Medina, onde nenhuma outra construção pode, por lei, superar a altura de uma palmeira. Só muçulmanos entram na mesquita, mas os visitantes são recebidos em um lindo jardim de rosas.
Mesquita de Koutoubia.
Mesquita de Koutoubia.
Saint Laurent
Fora da medina, a maior atração é o Jardim Majorelle, jardim botânico que conta com mais de 3 mil espécies de plantas do mundo inteiro e abriga um museu berbere. O local ganhou fama mundial em 1980 quando foi comprado pelo estilista Yves Saint Laurent (1936-2008), um apaixonado por Marrakesh, que foi seduzido “por aquele oásis onde as cores de Matisse se misturam com as da natureza”. Suas cinzas foram dispersas no jardim e o nome do estilista foi colocado num memorial composto por uma coluna romana.
Jardim Majorelle, criado pelo estilista Yves Saint Laurent.
Jardim Majorelle, criado pelo estilista Yves Saint Laurent.
Além de cinco hectares de lagos, pavilhões e plantas do mundo todo – de cactos norte-americanos a bambus asiáticos e palmeiras da Índia, no Jardim Majorelle há um minimuseu, que abriga a coleção pessoal de arte islâmica de Saint Laurent, e um café charmoso, perfeito para uma pausa rápida.