É possível ver neve no Brasil. Veja os locais e o que fazer enquanto espera
Rafael Costa
02/07/2017 14:13
Já nevou na Serra Catarinense neste ano: cidades como Urubici registraram o fenômeno em 9 de junho. Foto: Julio Cavalheiro/Secom
Embora a neve não seja o forte do Brasil, os três estados do Sul do país convivem com o fenômeno vez ou outra (quem estava em Curitiba em 1975 e 2013 pode atestar). Mas a região que reúne mais condições para a formação desse tipo de precipitação, que tão poucos brasileiros têm chance de ver pessoalmente, é a Serra Catarinense. Além da latitude, bem ao sul, a região é muito alta — perto dos 1.500 metros, o que diminui a chance de os desejados floquinhos derreterem antes de chegarem ao chão. É o caso de São Joaquim, que fica mais de 1.300 metros acima do nível do mar e já registrou neve em 2017, no dia 9 de junho.
Chances maiores
Esta e outras cidades catarinenses, como Urubici e Urupema, são os lugares que os interessados em ver neve sem sair do país podem monitorar para melhorar as chances de aproveitar o fênomeno, segundo o meteorologista Erikson de Oliveira, do Centro de Informações de Recursos Ambientais e de Hidrometeorologia de Santa Catarina (Epagri/Ciram).
“Pelo que os fatores climáticos indicam, este será um inverno típico, que ficará na média dos anos anteriores, e teremos massas de ar frio associadas à neve”, explica Oliveira. “Se continuar o inverno úmido que estamos tendo, a chance é maior ainda.”
Segundo o meteorologista, julho e agosto são os meses em que o fenômeno acontece com mais frequência. Claro que, em se tratando de tempo, não dá para garantir nada — é bom lembrar que o fenômeno acontece em apenas alguns dias a cada inverno. Mas o especialista diz que é possível prever com bastante precisão a ocorrência de neve com três dias de antecedência. O Epagri/Ciram emite avisos de neve em seu site oficial e em suas contas no Twitter e no Facebook.
O que fazer enquanto você está esperando
Se três dias é pouco para programar uma viagem de mais de 400 quilômetros para quem está em Curitiba, a dica é ir para a região esperando pelo melhor, sem contar completamente com a chance de ver neve. E quem gosta de turismo rural, vinho e frio não deve ter problemas para curtir um passeio por lá — mesmo que a neve não venha.
A hospedagem na região fica principalmente por conta dos hotéis-fazenda e pousadas rurais. Em São Joaquim, município de maior porte nesta região (cerca de 25 mil habitantes), há opções como a Pousada Colina da Neve (diárias a partir de R$ 210 por casal em julho) e Chalé Alto da Serra (a partir de R$ 305 por casal), além do São Joaquim Park Hotel — o maior da cidade.
A pequena Urupema (2.400 habitantes) tem a Fazenda do Barreiro (a partir R$ 1.132 por duas diárias por casal) um dos hotéis-fazenda mais antigos do país. As cavalgadas e a pescaria estão entre as principais atividades turísticas da cidade, que fazia parte do município de São Joaquim até o fim da década de 1980.
Em Urubici, que tem pouco mais de 10 mil habitantes, opções como as cabanas do sítio Cambuim fazem sucesso entre os visitantes, dentre outras dezenas de pousadas.
A cidade tem o segundo ponto mais alto do Sul do Brasil, o Morro da Igreja, que tem 1.822 metros de altitude e é visita obrigatória para quem estiver passeando por lá.
O enoturismo também vem ganhando força na região com o aumento da produção de vinhos elogiados, como os das vinícolas Villagio Bassetti, Villa Francioni e Monte Agudo, em São Joaquim, que têm programação para receber turistas (em alguns casos, é preciso reservar).
Além do turismo rural, artesanato e bastante maçã (principal produto agropecuário da região, colhido entre março e maio), a região também começa a oferecer programas para quem gosta de esportes mais intensos. O parque Snow Valley pretende atender exatamente este público com atividades como trekking, arvorismo e escalada. O lugar também oferece opções de estadia (cabanas, chalés e camping) e restaurante.
Reservas
Vale lembrar que já é alta temporada na região. As pousadas e hotéis listados nesta matéria ainda tinham vagas em julho e, principalmente, agosto. Mas alertaram para o aumento da procura nesta época — há risco de lotação.
Mais informações O site da Secretaria de Turismo de Santa Catarina tem uma seção destinada à Serra Catarinense que traz uma lista com as principais cidades da região (são 17) e seus principais atrativos e opções de hospedagem.