Turismo

Didi Wagner revela seus lugares favoritos em Nova York

Bruna Covacci
12/09/2015 15:18
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Viajar proporciona autoconhecimento. Com muitas milhas acumuladas e um passaporte pra lá de carimbado, a afirmação é de Didi Wagner, apresentadora do programa Lugar Incomum (Multishow, segundas 18h30). Aos 39 anos, ela conta que a sua paixão por viagens começou cedo. A prática era tão comum e natural que, com um empurrãozinho das circunstâncias da vida, se tornou um ofício.
Quando o Multishow a contratou eles já sabiam que ela ia morar em Nova York, isso em 2006. “Sugeri para eles transferirem o programa que estávamos começando a fazer aqui, porque o Lugar Incomum começou em São Paulo. Eu elaborei o projeto do programa com o canal já sabendo dessa possibilidade de morar fora e de ser um formato que se adaptasse a grandes centros urbanos”, diz. Na época, o diretor Christian Machado topou a ideia e o programa é um sucesso até hoje, exigindo uma agenda coordenada entre as gravações e o tempo que Didi passa com as três filhas: Laura, 11 anos, Luiza, 9, e Julia, 6.
De passagem por Curitiba, por ocasião do lançamento da quarta edição do seu livro Minha Nova York, um guia editado pela Pulp que reúne o melhor de suas vivências na Big Apple, com endereços de lojas, restaurantes, hoteis e bares, além de uma intensa programação infantil, a apresentadora conversou conosco.
Como funciona a sua rotina de gravações?
É duro ficar longe das meninas. São duas semanas inteiras, dois finais de semana. Julia, a mais novinha, tinha só 10 meses quando eu viajei a primeira vez. Geralmente eu fico fora 15 dias, gravando sem folga. Mas brinco que a televisão faz parecer que eu viajo muito mais. O tempo é contado, gravo sem parar. Só durmo quatro horas por dia. Ao longo dos dias a quantidade de corretivo que passo vai crescendo.
Qual é a melhor parte de trabalhar com turismo?
Eu digo que trabalho com cultura urbana. O programa se chama Lugar Incomum um pouco por isso, porque mesmo quando vou para cidades que são reconhecidas como locais turísticos quero mostrar o lado “B”, descobrir dicas bacanas e fugir dos clichês.
Qual é a sua participação na busca desses lugares?
Eu participo da pesquisa de pautas, mas o que a gente faz é achar alguém local que dê dicas, que saiba exatamente o que é aquela cidade, como ela funciona, quais são as características próprias e particulares daquele lugar e a partir dali a gente vai construindo roteiro a roteiro. Mas também improviso muito, falo muita coisa da minha cabeça.
Qual é o seu lugar preferido no mundo?
Minha casa, a resposta mais clichê de todas, é a verdadeira. Lá é o meu núcleo, não importa onde esteja. A minha casa foi por um tempo em Nova York, e aí era o meu lugar preferido no mundo por cinco anos. E eu gosto de São Paulo, eu brinco que eu adoro odiá-la! Eu sou muito paulistana, nasci lá e vivi a vida toda. Mas, tirando a resposta padrão, gosto de lugares que me trazem novas informações, seja no modo de vida ou até nas referências visuais. Então, meu lugar favorito é o próximo que vou descobrir.
Qual a diferença entre viajar em família e sozinha?
Tudo é diferente. Em julho, minhas duas filhas mais velhas foram para um acampamento de férias. Só uma não pode ir porque não tinha idade. Essa já foi uma viagem completamente diferente do que quando estou com as três e o meu marido. É outra dinâmica. Em viagens em família o foco sempre é as meninas. Eu estava em Nova York e tive que ir duas vezes ao Museu de História Natural em uma semana. Se eu fosse sozinha é claro que teria feito outras coisas.
Você acha importante visitar as mesmas cidades mais de uma vez na vida?
Com certeza. As cidades são vivas, elas mudam constantemente. Além disso, eu acho que você tem entendimentos diferentes do local dependendo da fase que você está passando. Tem muita relação com sentimento pessoal. É particular. Por exemplo, uma cidade pode ter um significado quando você é solteira, outra quando você a conhece ao lado do seu namorado e uma completamente diferente quando você a visita com os filhos. Além da possibilidade de você escolher conhecer partes da cidade.
Você foi a primeira vez para Nova York com 12 anos, com a sua mãe. Muita coisa mudou ao voltar?
São duas épocas e demandas muito diferentes. Eu já tinha duas crianças quando fui morar lá. Eu consigo fazer o paralelo que sim, tive uma experiência muito rica indo para Nova York com a minha mãe, só nós duas, e que eu lembro que rapidamente entendi a lógica da cidade, onde sobe, onde desce. E quando fui morar era outra situação, e quem estava sendo a mãe era eu. Fui como filha, voltei algumas vezes solteira, casada, e depois fui como mãe.
Qual é o seu bairro preferido na cidade e por quê?
Meu bairro preferido em Nova York é West Village. É um bom equilíbrio entre algo residencial e comercial, mas que tem muito charme, não tem tantos prédios altos, na verdade é tudo mais baixo, são as brownstones e townhouses. Isso dá um clima para a cidade de menos estresse. Na rua você não sente uma coisa assim tão tensa quanto em outros bairros de Nova York, eu curto. É muito gostoso para andar a pé.
HOT SPOT
Confira três dicas  (que estão no livro!) consideradas imperdíveis por Didi Wagner para quem vai conhecer Nova York
O Museum of Modern Art é o embaixador oficial da arte moderna na cidade. O edifício, recém-reformado, tem paredes de vidro e mezaninos. Amo também as escadas rolantes, perfeitas para quem camelou a cidade inteira e ainda assim quer conferir ótimas exposições. O acervo segue a linha moderna/contemporânea, tanto os de pintura quanto os de escultura, fotografia e design. O calendário é bombado o ano todo. O espaço para performances é único, nenhum outro museu americano tem isso. Para evitar filas, é possível comprar o ingresso com antecedência pela internet. Não caiam no presente de grego de ir conhecer o local às sextas, das 16h às 20h, a promessa de entrada gratuita deixa tudo tumultuado e lotado.
A partir da primavera de 2015 o Whitney Museum se desloca do Upper East Side para o Meatpacking District. Um edifício modernésimo, colado ao Highline e projetado pelo italiano Renzo Piano abrigará o acervo de mais de 18 mil obras de nomes fundamentais da arte da segunda metade do século 20 como Jackson Pollock, Jasper Johns e Alexander Calder. As bienais do Whitney, que acontecem sempre em anos pares, são uma oportunidade incrível de conhecer a arte que está sendo produzida nos Estados Unidos nos dias de hoje. Ele também é forte em multimídia e instalações.
Feirinhas em Williamsburg
Pertinho de Manhattan, o bairro é o destino preferido da galera antenada. Nos fins de semana, quando o Flea Market (mercado das pulgas) e o Smorgasburg (feirinha gastronômica) tomam conta das ruas, a coisa é bastante animada. Passo cada vez mais tempo lá e sempre fico impressionada
Serviço
Ficha técnica:
Título: Minha Nova York; Autora: Didi Wagner; Tamanho: 288 páginas ‐ 11x16cm (brochura); Preço: R$ 45.