Novo trem para Guarulhos começa a funcionar, mas não chega até os terminais

Após 14 anos de promessas e atrasos, o trem metropolitano que liga São Paulo ao Aeroporto Internacional de Guarulhos foi entregue no último fim de semana. A linha 13-Jade, com 12,2 quilômetros de extensão, termina dentro da área do aeroporto, mas não chega aos três terminais. Os usuários ainda precisam tomar um ônibus para chegar aos portões de embarque e desembarque.

A linha, considerada ‘incompleta’ por usuários, foi alvo de reclamações nos dois primeiros dias de operação. Apesar de os trens terem percorrido toda a rota no tempo previsto de 15 minutos, a descida da estação Aeroporto Guarulhos até os ônibus de acesso aos terminais foi considerada confusa por muita gente.

O projeto da linha lançado no ano 2000 previa que a estação Aeroporto Guarulhos seria próxima ao terminal 3, o último a ser construído e que concentra a maioria dos voos internacionais. A ideia era ter uma passarela ligando as duas estruturas, e a partir dela os passageiros poderiam acessar os outros dois terminais mais antigos.

No entanto, quando o Aeroporto Internacional de Guarulhos passou da Infraero para a concessão privada, a linha foi diminuída e a estação construída a 2,8 quilômetros antes do projetado, em frente ao terminal 1. Nele operam apenas as companhias Azul e Passaredo.

Com as maiores companhias localizadas nos terminais 2 (voos nacionais) e 3 (voos internacionais), será preciso atravessar a passarela e tomar um ônibus gratuito disponibilizado pela concessionária GRU Airport. Apesar da expectativa de atender a 20 mil pessoas por dia (120 mil em toda a linha), há apenas seis veículos com capacidade para até 50 pessoas cada, que fazem um trajeto circular.

Neste primeiro mês de operação, a linha 13-Jade irá operar gratuitamente apenas nos finais de semana, das 10h às 15h, com intervalos de 30 minutos entre um trem e outro. É a chamada “operação assistida”, segundo a Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM).

Ainda de acordo com a CPTM, a ideia é estender a operação para todos os dias da semana em maio, a princípio também das 10h às 15h. Por fim, em junho, a estimativa é de que a operação comercial funcione das 4h à 0h, já com cobrança de passagem entre R$ 5 e R$ 10.

A partir disso, a CPTM pretende oferecer três serviços aos passageiros: o regular, entre as estações Engenheiro Goulart e Aeroporto Guarulhos, com intervalo de 12 minutos e tempo de viagem de 15 minutos; a “Connect”, com partidas da estação Brás a cada 24 minutos e que funcionarão em conjunto com as viagens regulares; e a “CPTM Airport-Express”, o serviço expresso saindo da Luz e sem paradas até o aeroporto. Nesse caso, haverá uma cobrança de tarifa entre R$ 8 e R$ 10 com início em julho.

O Governo do Estado de São Paulo também anunciou que o percurso terá oito trens com bagageiros, totalizando 64 carros.

No começo dos anos 2000, o então governador Geraldo Alckmin prometeu entregar toda a linha 13-Jade até 2004. No entanto, o projeto não saiu do papel até 2007, quando a gestão de José Serra o prometeu para 2010.

Mas, em 2009, o próprio governador estendeu o prazo para a Copa do Mundo de 2014. Nenhuma empresa se interessou e o projeto voltou para a gaveta até 2013, quando o próprio governo resolveu bancar a obra. A previsão de entrega passou então para o final de 2015, foi adiada várias vezes até que, no final de 2017, foi cravada a entrega para 31 de março de 2018.

Segundo a CPTM, a obra custou R$ 2,3 bilhões. A linha 13-Jade possui três estações (Engenheiro Goulart, Guarulhos-Cecap e Aeroporto-Guarulhos) e faz conexão com a linha 12-Safira.

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