Turismo

Papo U debate vantagens do mochilão e do intercâmbio

Luisa Nucada
20/08/2015 11:39
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Bianca Soprana, Mariana Smolka, Thaís Artigas e o professor Jorge Feldens. (Foto: Pedro Serapio/Gazeta do Povo.)
Para um público de 284 universitários, a segunda edição de 2015 do Papo U discutiu o tema “Mochilão ou Intercâmbio”, na noite de quarta-feira (19), no Museu Oscar Niemeyer. As convidadas a compartilhar suas experiências foram a pesquisadora de tendências Mariana Smolka, que fez dois intercâmbios em Londres, e a psicóloga Bianca Soprana, adepta de longos mochilões. Também falaram à plateia o professor do curso de Publicidade do UniCuritiba Jorge Feldens e Thaís Artigas, uma aluna da universidade recém-chegada de um intercâmbio em Madri, Espanha.
Bianca Soprana contou que o mochilão de três anos de duração pela África, Ásia e Europa mudou sua forma de enxergar o mundo e também a própria vida. “Eu tinha uma energia muito voltada para o currículo, a vida profissional, a independência financeira. Quando meu marido me propôs largar tudo e viajar, pensei que seria botar meus planos de carreira em stand by.”
A psicóloga de 35 anos se preparou para se recolocar profissionalmente após a viagem colocando dinheiro em uma poupança, largou o emprego e partiu em 2009. O mochilão começou na África do Sul e incluiu dezenas de países, muitos dos quais ela nunca tinha ouvido falar. “No começo, havia um espanto da minha parte, tudo era tão novo que não cabia na minha imaginação. Foi um choque cultural muito grande ver muçulmanas carregando latas de água e malas na cabeça, sem o auxílio das mãos”, relatou Bianca.
Na jornada, ela aprendeu que “parte da nossa vida é o que a gente planeja, a outra parte é o que acontece”. Além de ter contato e conhecer regiões do mundo não ocidentalizadas, o mochilão proporcionou à psicóloga um profundo autoconhecimento.
Londres
A experiência de Mariana, 27, foi completamente diferente. Em 2006, ela tinha 18 anos e estava insatisfeita com o curso de Arquitetura que havia começado. Decidiu trancar a matrícula e ir estudar inglês em Londres. Seus pais têm um casal de amigos que moram na cidade, e foi na casa deles que ela viveu durante os sete meses de intercâmbio.
“O amigo dos meus pais é arquiteto, e a esposa dele é artista plástica. Eles me deram muitas referências e me mostraram o melhor da cidade”, contou. A fauna urbana de Londres a impressionou desde o primeiro momento. “Fiquei em estado de choque. Lá tem gente do mundo inteiro, todo mundo ousando, inovando, sem medo de ser feliz.”
Apaixonada pela capital inglesa, ela voltou ao Brasil e resolveu estudar Design Gráfico. Durante a graduação, descobriu a profissão de cool hunter – pesquisador de tendências – e viu que queria trabalhar com isso. Em 2011, depois de formada, voltou a Londres para fazer o curso de Cool Hunting na Central Martins College of Arts, faculdade de artes e design onde estudaram Stella McCartney, John Galliano e Alexander McQueen.
“Só de estar num ambiente como aquele [o da faculdade] você aprendia e se inspirava, não seria preciso nem estudar”, disse. Um de seus professores era o editor da Vogue inglesa, e guiava “safáris urbanos” por Londres. Depois, Mariana ainda aproveitou para fazer um curso de Design Experience na cidade. Os dois intercâmbios lhe deram subsídios para criar o perfil do Instagram @curitibacool.
Dicas
A plateia enviou perguntas sobre orçamento, seguro de saúde e planejamento de viagem. As convidadas deram dicas de como aproveitar a experiência com segurança e economia. O bate papo foi apresentado pela vlogueira Mariana Ayres, do Inside Xbox, e contou com show da banda Bigode Groove. O papo U tem patrocínio do UniCuritiba.
Veja matéria em vídeo sobre o evento: