Turismo

Vale do Loire: um cenário de conto de fadas ideal para finais (e começos) felizes

Leandro Donatti, especial para Gazeta do Povo
14/07/2017 18:00
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Moldura, para estimular pose para fotos, mostra beleza do Castelo de Amboise, no interior da França

Um conto de fadas a pouco mais de 250 quilômetros de Paris. Patrimônio Mundial da Unesco, o Vale do Loire, na França, é cenário ideal para histórias com final feliz. Aos castelos, fortalezas, monumentos, jardins e fontes, que lhe conferem o status de “paisagem cultural”, basta uma pitada de imaginação, para recriar personagens fantásticos de reinos muito distantes, como reis e rainhas, príncipes e princesas, dragões, fadas, duendes, gigantes, gnomos, unicórnios e bruxas.
De carro, às margens do Loire, o mais extenso rio francês com 1.006 quilômetros, e a partir da pequena Tours, cidade histórica com 150 mil habitantes onde nasceu Balzac, é possível conhecer, em apenas três dias, os principais castelos da região, dentre os quais Amboise, Clos Lucé, Chambord, Chenonceau, Ussé e Villandry. Para quem dispõe de um pouco de mais tempo, ao todo são aproximadamente 300 castelos, de tamanhos variados e instalados ao longo de 280 quilômetros.
Mais que traduzir um estilo de vida à francesa, o Vale do Loire nasceu a partir da necessidade da realeza, de se esconder do inimigo inglês que, no século XV, tomou Paris. Passada a guerra, o refúgio ganhou sofisticação e o glamour da arquitetura renascentista, patrocinados pelo rei Francisco I, um entusiasta de grandes construções. Foi a partir desse momento que a região caiu no gosto da nobreza, que ali passou a se instalar para longas temporadas de lazer durante o verão.
Amboise e Clos Lucé mantêm vivos os vestígios do polivalente pintor-cientista-matemático-engenheiro-inventor-anatomista-escultor-arquiteto-botânico-músico Leonardo da Vinci. Em Amboise, da Vinci está enterrado numa capela. Em Clos Lucé, onde viveu até os últimos dias, seu atelier permanece intacto. No jardim, foram reproduzidas suas engenhocas. Próximos, os dois castelos são ligados por uma passagem subterrânea criada por Francisco I para manter contato com da Vinci.
Chambord e Chenonceau impressionam pela imponência. Chambord é o maior dos castelos da região, que, com quase 300 chaminés, lembra a silhueta de Constantinopla, antiga capital do Império Romano, hoje Istambul, na Turquia. Chenonceau, também conhecido como o Palácio das Sete Damas, é o mais plástico, reúne traços das mulheres que por ali passaram, dentre elas a italiana Catarina de Médici, a rainha da França que dividiu o amor de Henrique II com Diana de Poitiers.
Ussé e Villandry, os dois últimos endereços sugeridos neste ‘recorrido’ pelo Vale do Loire, encantam pelo refinamento. Ussé, que teria inspirado Charles Perrault a escrever o famoso conto “A Bela Adormecida”, é uma mistura de estilos gótico, clássico e renascentista. São famosas as suas coleções de roupas de época, expostas anualmente. Já o forte de Villandry são os seus jardins, que mais parecem hortas e pomares. As fontes d’água, a poda apurada, as cores vibrantes e os desenhos geométricos chamam a atenção pelo charme e requinte.
Os ingressos para os castelos do Vale do Loire variam entre 10 e 15 euros por pessoa, ou seja, entre 40 e 60 reais. O tempo de visita dependerá do grau de interesse do visitante e dos horários de abertura e fechamento. Em média, são sugeridas três horas por visita. No verão, os horários são flexíveis, inclusive com programação noturna. Para aproveitar 100% o clima do Vale do Loire, é recomendável reservar pelo menos uma hora para um bom piquenique entre uma visita e outra. Os castelos oferecem espaços próprios para pique-niquer, como dizem os franceses. Mais informações podem ser obtidas no site http://www.valdeloire.org. Bon voyage et à bientôt!
Leandro Donatti é jornalista e vive na França desde 2016.
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