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Chega ao PSDB deputado que tentou anular o impeachment e foi xingado por tucanos

O deputado federal Waldir Maranhão (MA) aproveitou a janela partidária, que se encerrou no sábado (7), para deixar o Avante e ingressar no PSDB. A alteração seria apenas mais uma entre as dezenas que a Câmara viu nos últimos dias, não fosse por um detalhe: Maranhão é aquele deputado que, quando ocupou a presidência da Câmara em maio de 2016, anulou a sessão em que os deputados aprovaram o impeachment da então presidente Dilma Rousseff, algo que rendeu a ele pesadas críticas que vieram majoritariamente do PSDB, o maior partido de oposição à época.

A justificativa que Maranhão apresentou sobre sua ida ao PSDB é também inusitada. A sigla tucana foi a segunda opção do parlamentar: a primeira era justamente o PT, com quem o PSDB protagonizou a maior rivalidade da política brasileira nas últimas décadas.

Em uma carta aberta sobre a escolha do novo partido, Maranhão conta que queria entrar no PT para “contribuir, em primeiro lugar, com o projeto político nacional do partido tendo o companheiro Lula como presidente”. Mas teve desavenças com o governador Flávio Dino (PCdoB) e acabou optando pelo PSDB, em que buscará a “construção de um palanque que verdadeiramente possa representar um novo horizonte para o Brasil e para o Maranhão”.

O líder do PSDB na Câmara, Nilson Leitão (MT), afirmou à Gazeta do Povo que soube apenas na segunda-feira (9) da notícia e atribuiu a vinda de Maranhão a questões estaduais. O deputado Maranhão é aliado do senador Roberto Rocha, que migrou recentemente para o PSDB com a promessa de ser o candidato ao governo do estado. O líder tucano reconheceu um certo desconforto na bancada tucana em relação à notícia.

“Há, sim, algumas reclamações em relação a isso [chegada de Maranhão], porque de fato, eu mesmo estava muito à frente do impeachment. Tivemos divergências enormes com o deputado Waldir Maranhão. Mas ele é um deputado ficha limpa, é candidato, tem uma liderança importante no estado do Maranhão, e o Maranhão sempre foi um dos piores estados do PSDB em relação ao eleitoral”, disse Leitão.

A decisão de Maranhão de anular o impeachment acabou sendo anulada – por ele mesmo – no dia seguinte. Mas isso não impediu Maranhão de receber pesadas críticas dos membros daquele que seria seu futuro partido. Hoje prefeito de Porto Alegre, o então deputado federal Nelson Marchezan afirmou: “essa decisão, medíocre como o próprio parlamentar que a proferiu, não se sustenta juridicamente”. O senador Ricardo Ferraço (PSDB-ES) pegou ainda mais pesado: “essa atitude desse Deputado Federal Presidente em exercício da Câmara dos Deputados é uma decisão absolutamente descabida. Esse senhor precisa ser interditado”.

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