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Não é a esquerda a mais violenta; é o extremismo – tanto de esquerda quanto de direita. Comunismo, socialismo, anarquismo, fascismo e nazismo (nacional-socialismo) são ideologias extremistas, antissistema, revolucionárias, antidemocráticas e violentas. As ideologias moderadas são a social-democracia, o liberalismo e o conservadorismo.
A direita extremista também é violenta. Em 2011, o neonazista Anders Behring Breivik matou 77 pessoas com uma bomba e armas de fogo na Noruega. Dylann Roof e Payton Gendron realizaram ataques contra negros – o primeiro matou nove pessoas em uma igreja de Charleston em 2015; o segundo matou dez pessoas em um supermercado de Buffalo, em 2022. No ano de 2017, em Charlottesville, James Alex Fields Jr. jogou um carro contra uma multidão, matando uma pessoa. Na Alemanha, a neonazista Beate Zschäpe matou dez imigrantes entre 2000 e 2007. Neonazistas também assassinaram a deputada britânica de esquerda Jo Cox (em 2016) e o político alemão da CDU Walter Lübckefoi (em 2019). Na Grécia, em 2013, o rapper antifascista Killah P foi assassinado por um membro do partido fascista Aurora Dourada. Não se trata de fenômeno recente: nos anos 1970 e 1980, na Itália, matavam tanto as Brigadas Vermelhas (comunistas) quanto os NAR (fascistas) – estes últimos foram os responsáveis por uma bomba que matou 85 inocentes na estação central de Bolonha, em 1980; sem falar de casos mais antigos, como o assassinato de Giacomo Matteotti pelos sicários de Mussolini e de Ernst Röhm pelos nazistas de Hitler.
Quando há impunidade, se ousa sempre mais, e gradualmente se passa da confusão de rua ao homicídio
O ponto é que, faz alguns anos (talvez desde 2010), a esquerda se radicalizou. As universidades viraram centros de lavagem cerebral extremista em massa. Isso foi amplamente demonstrado em várias pesquisas cientificas. Os jovens, especialmente, viraram extremistas. Quem antes era social-democrata se tornou marxista. O Partido Democrata norte-americano era famoso por ser um dos mais moderados do mundo. Os sociais-democratas desapareceram.
Há muito mais marxistas que fascistas e nazistas. Deve haver uns 10 mil comunistas e socialistas para cada fascista ou nazista. Se estes últimos fossem tão numerosos quanto socialistas e comunistas, veríamos muito mais violência sendo cometida por extremistas de direita. Em parte, trata-se de uma questão numérico-matemática.
Além disso, a mídia contribuiu e contribui para criar um clima de ódio; também ela se torna extremista, mente, rotula de “fascistas”, “nazistas”, “extrema direita” e “ultradireita” qualquer um que discorde, desumaniza as pessoas. Deturpa dados e estatísticas sobre violência entre diferentes etnias. Contribui para que se veja no outro o mal a ser eliminado. Depois, quando a violência acontece, essa mesma mídia a relativiza, mente ou até a justifica.
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Para piorar, nem sempre os autores da violência política são punidos judicialmente. Quantas manifestações violentas, com confusão e depredação, vimos terminar com pessoas presas e que ficaram atrás das grades? Nos Estados Unidos, no Brasil, em outros países – pensem nas manifestações do Black Lives Matter, de black blocks, do MST e do MTST... Quando há impunidade, se ousa sempre mais, e gradualmente se passa da confusão de rua ao homicídio. Enquanto isso, a direita se vê hoje acuada, processada, censurada e perseguida por simples falas. Isso leva a um problema de “seleção adversa”: quando um lado comete mais atos violentos e é menos responsabilizado e reprimido, acaba atraindo mais gente violenta e mais pessoas com problemas mentais.
O assassinato de Charlie Kirk foi um fato triste e gravíssimo; ele reacendeu um debate sobre violência política e a tendência esquerdista à violência revolucionária. Para entender o que está acontecendo, no entanto, é preciso perceber que, faz pouco mais de uma década, estamos acostumados a uma esquerda bem mais extremista que antes.
Conteúdo editado por: Marcio Antonio Campos




