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O governo federal lançou uma medida provisória com o objetivo de zerar a conta de energia para consumidores com renda mensal de até meio salário mínimo (até R$ 759) e que consomem até 80 quilowatts-hora (kWh) de energia por mês.
A medida pretende também reduzir a conta de energia elétrica para a classe média e pequenos comerciantes, ao permitir que esses consumidores comprem energia no mercado livre. A redução só vale a partir de dezembro de 2027.
Além da flexibilização do mercado de energia, a mudança visa à redução de subsídios para os setores de energia solar e eólica para os novos contratos. Não se sabe ao certo o quanto representará essa redução, e seu impacto para o consumidor final.
De qualquer modo, é imprescindível haver redução de auxílios governamentais para setores de energia renovável, quando praticamente 90% de nossa matriz de energia elétrica não advém da queima de combustíveis fósseis, mas de hidrelétricas, eólicas e solares.
Na maioria, são os subsídios para as energias solar e eólica, juntamente com os impostos, os grandes vilões da alta da conta de luz do brasileiro. Enquanto, em média, o custo de geração, transmissão e energia representa 60% da tarifa final, 40% são relativos aos encargos, subsídios e impostos.
Sob o mantra do alarmismo ambiental, grupos de interesses conseguem uma série de subsídios para energia solar e eólica, pagos com o dinheiro do pagador de impostos
Para piorar, a eficiência energética desses setores é bastante questionável quanto à intermitência, potência e dependência climática.
Não se trata de ser contra políticas ambientais, mas reconhecer que investimentos nas áreas, sem viabilidade econômica e eficiência energética para a população, não passam de dinheiro jogado fora. Por vezes, são investimentos que não resolvem as questões ambientais e só encarecem a conta para a população de uma forma geral.
Nada adianta sustentabilidade ambiental que onera significativamente o bolso da população, ainda mais quando o retorno das energias solar e eólica são bem questionáveis. Em outras palavras, nada adianta falar em sustentabilidade ambiental se não houver sustentabilidade econômica. Caso contrário, a população vai pagar mais por algo que entrega pouco.
Infelizmente, essa realidade é ignorada por ambientalistas e grupos de pressão que demonizam invariavelmente energia gerada por combustíveis fósseis - ou até mesmo pelas hidrelétricas, por conta do impacto ambiental.
Curiosamente, são os mesmos grupos que também são críticos da pobreza e da desigualdade social. No entanto, ignoram que o alto consumo de energia é um sintoma de redução de pobreza. Em sociedades mais desenvolvidas, o consumo de energia é maior.
Entretanto, essa obviedade é ignorada por ONGs e ativistas que, em nome da defesa ideológica do meio ambiente, conseguem fartos recursos governamentais, pagos pela maioria da população em contas de energia elétrica mais caras. Como sempre, a classe média paga a conta.
Conteúdo editado por: Aline Menezes




