Prossegue a fritura da ministra do Turismo, Daniela do Waguinho – Waguinho, o marido dela, é o prefeito de Belford Roxo, que é um município importante da Baixada Fluminense. Eles já conversaram com Lula, ela disse na quarta que não sai, que ela é indicada pelo presidente da República. O União Brasil, partido do qual ela está saindo, quer a vaga para dar a um deputado do Pará, cuja biografia não fala nada de turismo. Não sei se ele já viajou alguma vez para o exterior, se sabe como funciona o turismo. O Brasil, com todo esse potencial, tem menos turistas que a Torre Eiffel. Por quê? Por causa da insegurança, da sujeira, da bagunça, da desorganização, do barulho... imaginem, numa praia, o sujeito ligando os alto-falantes do carro, fazendo barulho para todo mundo. Em qualquer praia de país civilizado, qualquer um pode escutar a sua música no seu fone de ouvido, mas não pode fazer barulho e incomodar os outros que estão ao lado dele. Mas essa já é uma outra questão.
Lula fugiu de dar uma solução. Entre Waguinho e o União Brasil, Lula preferiu a Europa. Na quarta, esteve com o papa por 45 minutos; com o presidente da Itália, que é o chefe de Estado; e com a chefe de governo da Itália, Giorgia Meloni, que é de direita. As fontes italianas dizem que foi um encontro cordial, que nas três reuniões Lula falou da paz no mundo, da paz entre Ucrânia e Rússia, e foi embora, rapidíssimo. Ficou pouco em Roma e já foi para Paris, porque lá haverá um show de rock. Afinal, Paris é uma festa. Lula vai se encontrar com o ditador de Cuba às 16h30 desta quinta e estará em uma reunião organizada por Emmanuel Macron sobre o financiamento de países pobres para protegerem o meio ambiente. Ele deve voltar no sábado. Não sei se a solução de Lula é fazer a ministra do Turismo perder a paciência e pedir para sair, mas ela diz que não sai porque é indicada pelo Lula, é da cota pessoal do presidente, que tem compromisso com o prefeito de Belford Roxo.
Copom mantém Selic em 13,75%
O Comitê de Política Monetária do Banco Central manteve a taxa básica de juros em 13,75%. Ainda não acharam, portanto, motivos para baixar o custo do dinheiro, para evitar a inflação. Eu devo dizer que o Banco Central brasileiro, que hoje é autônomo, independente, foi o primeiro no mundo a sacar que a inflação subiria. Sacou mais rápido que no Velho Oeste americano, mais rápido que o Fed e o Banco Central Europeu, percebendo que, como consequência da pandemia, haveria um empuxo de inflação, uma pressão inflacionária. Nos Estados Unidos a taxa básica está entre 5% e 5,25%; a Europa tem a taxa básica mais alta dos últimos 22 anos, que é 4%, e registra inflações incríveis de 10%, nunca se viu nada igual na Europa.
Tebet dá o tamanho da conta que vamos pagar pelo arcabouço
Por outro lado, como era previsível, a ministra do Planejamento disse que, para o arcabouço fiscal – o novo nome para romper o teto de gastos, que foi a melhor lei que saiu do governo Temer, em benefício da sanidade da economia brasileira – dar certo, é preciso aumentar a receita em R$ 150 bilhões. Claro, ela é política, ela fala bonitinho, só que temos de traduzir. Posso dizer, então, o que é que isso significa? O arcabouço só dá certo se cobrarem de nós, pagadores de impostos, mais R$ 150 bilhões. Está bom assim? Mais um estímulo para essa economia de hoje, que está com os dois pés atrás.
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