
Uma tragédia doméstica muito frequente no Brasil agora atingiu a família de um dos fundadores do PT. Paulo Frateschi – ex-deputado estadual, ex-secretário de Marta Suplicy, ex-secretário de Fernando Haddad na prefeitura de São Paulo – estava com 75 anos e foi morto pelo próprio filho, esfaqueado dentro de casa. A mulher dele tentou defender o marido, conter o filho, e foi ferida também. O casal já tinha passado por outras tragédias – perdeu um filho de 7 anos, num acidente de trânsito, e no ano seguinte perdeu outro filho, de 17 anos. Segundo a polícia, que levou o filho para a delegacia, ele estava em surto. Não sei se era uma questão de problema psiquiátrico, ou se foi uma dessas tragédias causadas pelo narcoestado que precisa de mercado para vender drogas.
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Vamos com calma com as previsões apocalípticas sobre o novo prefeito de Nova York
Nova York é uma cidade simbólica, marcante. Quem não conhece New York, New York? Na Ellis Island, ao lado da Estátua da Liberdade, os turistas conhecem o lugar por onde os imigrantes entravam nos Estados Unidos, o lugar que acolheu gente de tantos países do mundo. Agora a cidade está dando o que falar porque elegeram um muçulmano como prefeito. Zohran Mamdani nasceu em Uganda, de pais indianos. Ele é bem jovem, ele tem 34 anos e é democrata. Nos últimos 50 anos, praticamente só os democratas têm vencido as disputas para a prefeitura de Nova York, com duas exceções: os republicanos Rudy Giuliani, descendente de italianos, e Michael Bloomberg, daquele famoso canal de notícias do mercado financeiro.
Mas estou vendo um certo preconceito. “Ele é muçulmano”, dizem. Sim, mas Nova York é uma mistura, é a capital do mundo. Quando ainda era Nova Amsterdam, recebeu os judeus do Recife. Recebeu calvinistas que sofreram perseguição religiosa. Teve prefeitos judeus, católicos, protestantes, brancos, negros, muitíssimos italianos – o mais famoso, Fiorello La Guardia, é nome de aeroporto –, já teve holandeses, irlandeses, escoceses, alemães, franceses. Só não teve ibéricos; não vi nenhum sobrenome português ou espanhol, embora os Estados Unidos tenham tantos ibéricos – não vou dizer “latinos”, porque isso inclui italianos e franceses. A Califórnia, por exemplo, era mexicana, os nomes das cidades, San Francisco, San Diego, são espanhóis. O mesmo acontece na Flórida. Mas Nova York é uma cidade que representa o mundo, em religiões, em cor da pele, em etnias. Vamos pensar se não estamos exagerando nas conclusões que os especialistas estão tirando dessa eleição, que é normal para os padrões de Nova York.
Conteúdo editado por: Marcio Antonio Campos




