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Três mulheres foram mortas a facadas em Ilhéus, na Bahia. Passeavam na praia, com o cachorro. Duas professoras municipais de mais de 40 anos e a filha de uma delas, de 20 anos. Os corpos foram encontrados no mato próximo, com o cachorro amarrado a uma árvore. Fui procurar estatísticas oficiais de crimes semelhantes e li que 70% dos assassinatos de mulheres são praticados com faca. Por que não fazem campanha contra a faca, como fazem contra armas de fogo? Porque não exigem registro das facas guardadas em casa? Por que não exigem porte do gaúcho que sai de casa para um churrasco?
Cometo essa ironia para demonstrar que não é a faca ou a arma de fogo que mata, mas o cérebro que arma a mão. A faca e o revólver são inertes, não têm vontade. A faca serve tanto para preparar pratos deliciosos como para perfurar e cortar um corpo humano. O revólver serve tanto para tirar vida quanto para defender vida e patrimônio. A decisão não é desses instrumentos, mas do cérebro das pessoas. E como desarmar cérebros que cedem a emoções ou a tendências criminosas? Com o conhecimento, o ensino, a educação, a razão, o argumento – tudo isso liberta o ser humano escravo do instinto e da ignorância. E por que isso não é institucionalizado, não é parte da cultura de nosso Brasil?
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Porque isso não interessa aos demagogos, populistas, que manipulam a ingenuidade e procuram manter a ignorância como majoritária, por causa das eleições. Agora mesmo, em mais uma das provocações dirigidas a Donald Trump, o presidente Lula afirmou que o brasileiro gosta é de samba, carnaval e futebol. Resumiu muito bem e revelou o que pensa sobre como é o brasileiro ideal. Com samba, carnaval e futebol, está tudo bem. Não acompanha o noticiário do mensalão nem da Lava Jato e, em consequência, na hora de votar é capaz de reeleger Lula ou Dilma. Isso é conseguido com a cumplicidade garantida de professores que são doutrinadores ideológicos sem tempo de ensinar, e de parte da mídia engajada e dependente do dinheiro dos impostos de todos, que finge não ver como se usa a ignorância, pois ela própria a usa.
O crime corre solto também por isso. E vai tomando conta das Câmaras de Vereadores, administrações municipais, porque ajuda os espertalhões a chegarem ao poder por meio do voto. O presidente faz apologia da mentira citando a própria mãe: “A mentira voa e a verdade engatinha”. Acha divertido contar que engana os estrangeiros falando na existência de milhões de meninos de rua. Chega a dar versões diferentes da perda de parte do dedo mínimo – foi o torno ou o caranguejo? Se a mentira satisfizer a seu povo, está tudo bem. Vai ser votado de novo, ainda que as esmolas dos programas sociais venham do trabalho dos pagadores de impostos. Seu povo, sem conhecimento, pensa que o presidente é muito bonzinho.WhatsApp: entre no grupo e receba as colunas do Alexandre Garcia
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Povo educado não mata. Basta ver as estatísticas dos países nórdicos. Quanto mais ignorância houver, mais as desavenças são resolvidas com brutalidade. Os populistas gostam de discursos do amor contra o ódio, mas não querem ensino que permita às pessoas raciocinar, porque isso também forma um eleitor que não vota em demagogo que é, por sua natureza, mentiroso. E a arma do populista é a faca da censura à verdade, que vai cortando em silêncio, para que sejam dominadas – sem saber que são escravizadas pela mentira. É a faca da morte trágica das liberdades.
Conteúdo editado por: Marcio Antonio Campos




