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Ação policial na Vila Cruzeiro contra o crime organizado apreendeu grande quantidade de drogas; 13 fuzis, quatro pistolas e 12 granadas.| Foto: Reprodução/Twitter/Jair Bolsonaro

Quando eu cheguei em Brasília, há 46 anos, legumes e frutas eram trazidos de outros estados. Agora, Brasília produz mais do que isso e tem um agro pujante. Fez uma grande exposição, que terminou agora no fim de semana, a Agro Brasília, mostrando a pujança do Distrito Federal. Mas teve também uma surpresa.

Os produtores agrícolas indígenas, de etnias originais, representando cooperativas indígenas e os próprios agricultores. Além de banana, café, castanha, açaí, cacau, mel, batata doce, mamão e farinha de mandioca, eles também são grandes produtores de grãos.

Só o pessoal do Haliti-Paresi, usando 1,7% da reserva deles, faturaram num ano R$140 milhões na produção de grãos. Outras etnias também estiveram presentes, como Xavante, Kaingangue, Suruí, Cinta larga, Guajajara, Zunizakae. Foi uma grata surpresa porque eles trabalham tanto quanto os outros brasileiros, produzindo no agro.

E é isso o que eles querem, autonomia financeira e autonomia jurídica também. Eles não querem ser conservados em museu, em redoma. Tem aqueles que não querem contato e tudo bem, serão protegidos. Mas os outros querem se integrar na sociedade, como todo mundo.

Palestra cancelada

Lá de Bento Gonçalves (RS) vem um aviso para o Supremo Tribunal Federal. O Centro de Indústria, Comércio e Serviços de uma região super pujante economicamente, pagadora de impostos, grandes faturamentos, havia convidado o presidente do Supremo, ministro Luiz Fux, para um jantar palestra, no dia 3. Inclusive, cobrando até R$ 250 por cabeça. E o título da palestra era "Risco Brasil: segurança jurídica".

Gente, obviamente, Fux ia mostrar como o Supremo "protege" a segurança jurídica. Soa como uma deboche. Todo mundo que acompanha o Supremo sabe que o tribunal não tem respeitado o devido processo legal, a Constituição, os direitos e garantias fundamentais, as liberdades de opinião e expressão, a inviolabilidade de parlamentares, enfim.

E aí começou um movimento contra a palestra. Gente prometendo boicotar os produtos dos patrocinadores, e alguns deles dizendo que não foram consultados e que não endossavam o convite. Risco de ele ser vaiado, mal recebido, ficaria uma situação ainda mais grave. Aí o Centro de Indústria, Comércio e Serviços o desconvidou.

E acho que o presidente do Supremo recebe isso como um aviso, de como a sociedade brasileira, uma parte muito representativa da nação, está vendo o que os ministros do STF estão fazendo. E a instituição Supremo é essencial, precisa ser protegida, inclusive, como Fux chamou no discurso de posse, do "efeito deletério de decisões de integrantes do Supremo".

Novo vice-presidente

A Câmara dos Deputados tem um novo vice-presidente, que vai substituir o presidente Arthur Lira quando ele não puder estar presente. É um pastor evangélico, bolsonarista, de seis mandatos, 68 anos, mineiro de Belo Horizonte, o Lincoln Portela. Foi eleito para o posto na mesa diretora nesta quarta-feira (25) com 232 votos favoráveis. Antes disso, tinha sido indicado candidato pelo próprio partido, o PL.

Ação policial no RJ

E por fim, um registro que mostra bem essa inversão de valores que vivemos hoje em dia. Outro dia deputados do PT pediram na Justiça uma indenização do ex-juiz Sergio Moro por supostos prejuízos causados à Petrobras pela corrupção que teve o PT como ator principal.

E agora, o ministro do STF Edson Fachin cobrou da polícia do Rio Janeiro e do Ministério Público Federal também uma investigação sobre eventual má conduta de policiais que fizeram uma operação na Vila Cruzeiro contra o crime organizado. Vinte e cinco pessoas foram mortas na operação, mas a grande maioria eram criminosos. Aí eu fico pensando: e a má conduta dos bandidos, não vai investigar nunca?

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